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Santana fala em «fraude política»

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E acusa governador do Banco de Portugal de ter pactuado com as contas que originaram défice de 2005, um «truque só visto em ditadura», que levou «à novela da dissolução». Menezes fez visita de apoio ao Parlamento e disse que Sócrates é «feio quando trata mal os deputados»

Com tempo para falar, Santana Lopes subiu esta quarta-feira à tribuna do Parlamento para responder a José Sócrates e voltar a recordar o passado. Para o líder da bancada do PSD é uma «questão de honra» frisar o que o governador do Banco de Portugal fez em 2005, a pedido do primeiro-ministro, e que Santana classifica como uma «fraude política».

Não tivesse sido esta «ajuda» das «instituições financeiras» numa avaliação prospectiva do défice, este não teria sido de 6,8, mas sim de 3,3 por cento, praticamente o mesmo de os dias de hoje.

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Para Santana, este pedido do primeiro-ministro foi «a segunda parte da novela que, na primeira levou à dissolução do Parlamento e depois à possibilidade de o PS estar no Governo, com resultados que nunca tinha tido».

E, por isso, Santana voltou ao tema, exigindo ao Governo que o Banco de Portugal faça o mesmo «truque» com este Orçamento. Porque «foram dois anos a ouvir uma falsidade sem nome; um truque só visto em ditadura».

Recorde-se que, no início do Governo de José Sócrates, uma comissão liderada por Vítor Constâncio concluiu que o défice, sem recurso a receitas extraordinárias, seria de 6,8 por cento. À época, Santana contestou as contas e agora, enquanto líder da bancada parlamentar voltou ao tema para dizer que «ficava bem a este Governo pedir ao Banco de Portugal que fizesse, em relação ao Orçamento de Estado de 2008, o mesmo exercício que fez em 2005», e que Santana adjectiva de avaliação prospectiva do défice.

«Feche-se o país»

Santana passou depois aos indicadores de produtividade, considera que «o país precisa de criação de riqueza»: «Só Itália está atrás de nós». Para o líder da bancada, esta gestão pauta-se por uma «visão míope»: «feche-se o país, ponha-se as Estradas de Portugal fora do Orçamento. Qualquer dia, dois terços do país está fora do OE».

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Regressando a um tema debatido ontem, que levou Francisco Louçã a gracejar com a idade do primeiro-ministro, Santana diz concordar com o líder do Bloco de Esquerda para afirmar que, com concessões até 2099, e com a continuação das Scuts, «serão os nossos trisnetos a pagar a factura da irresponsabilidade socialista».

Sobre a avaliação dos resultados, Santana pergunta ao Governo qual é o modelo de desenvolvimento do país. E recorda o «deputado» Sócrates que sublinhava a importância do crescimento da economia.

Para terminar, o líder social-democrata usou uma frase de José Sócrates, mas de 2003: «Crescer mais ou menos do que a Europa é a bitola que mede o sucesso ou o insucesso».

Na resposta José Junqueiro, vice-presidente da bancada socialista, recordou uma velha frase: «Não há segundas oportunidades para causar uma primeira impressão». Santana replicou de imediato: «A última pessoa que ouviu esse comentário é agora presidente da Comissão Europeia».

Santana é como o «narciso»

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O Governo não ficou satisfeito com a interpelação da bancada do PS, mas não foi José Sócrates a devolver as críticas a Santana, que neste segundo dia de Orçamento no Parlamento não fez nenhuma intervenção.

«Venham discutir as propostas políticas e digam onde é possível cortar na despesa nominal», afirmou o ministro dos Assuntos Parlamentares. Santos Silva acusou ainda Santana de ser como o «narciso» e de trazer para a praça pública «simples almoços com o líder do partido, como se tratasse da assinatura de um tratado».

Já fora do hemiciclo, e aos jornalistas, Santana diz que não ouviu o ministro dos Assuntos Parlamentares. «Estava a atender telefonemas». Nomeadamente de Menezes, mas o conteúdo não foi revelado. «Sou modesto».

Parque Mayer: mão na anca? Só na revista

Sobre a prestação de hoje, Santana mostra-se contente. «Hoje correu bem». Mas não deixou de criticar o «tom do primeiro-ministro, que se esquece que um dia vai ser ex...». Respondendo à ironia de Sócrates que ontem falou no Parque Mayer, Santana foi peremptório: «Aqui não há revista. Ninguém está de mão na anca».

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