Mercado nacional de cerveja «vai ficar como está» - TVI

Mercado nacional de cerveja «vai ficar como está»

  • Rui Pedro Vieira
  • 25 jan 2008, 15:35
Cerveja

Cervejeiros vêem com normalidade venda da Scottish & Newcastle

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O anúncio de que a Scottish & Newcastle aceitou esta sexta-feira a Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Heineken e Carlsberg, por cerca de 10,5 mil milhões de euros, está a ser vista com normalidade pela Associação Portuguesa dos Produtores de Cerveja (APCV), dado que a operação, a aguardar a aprovação da Concorrência europeia, vai ter em conta as especificidades de cada mercado, analisados caso a caso.

«O mercado nacional de cerveja vai ficar como está», sublinhou à Agência Financeira o secretário-geral da APCV, Francisco Gírio, que acredita que o sucesso da operação anunciada «é certo».

Recorde-se que a Carlsberg é, actualmente, detentora de 44 por cento da Unicer (dona da Super Bock), enquanto a Scottish & Newcastle (SN) detém a totalidade da Central de Cervejas (dona da Sagres). No entanto, tendo em conta que a SN deverá ser adquirida pela consórcio Carlsberg/Heineken, neste cenário a Central de Cervejas passa a ser propriedade da Heineken, já que a Carlsberg mantém a sua participação na Unicer.

«No fundo, duas grandes cervejeiras europeias fizeram uma parceria. Nessa associação ficou claro que há uma divisão de fábricas», esclareceu Francisco Gírio.

Quanto aos receios de uma hipotética fusão entre as marcas que lideram o mercado português-a Sagres e a Super Bock-, os mesmos não fazem sentido nem comprometem a concorrência: «Duas das cinco maiores companhias compraram outra das cinco, mas a Heineken e a Carlsberg continuarão a ser duas entidades diferentes e independentes», lembrou o secretário-geral da APCV.

Subir no «ranking» mundial

As razões apontadas para esta OPA prendem-se com ganhos de operacionalidade entre as empresas envolvidas e com a necessidade de crescimento para não perderem lugares no «ranking» mundial do sector. Segundo a APCV, a tendência de concentração «é mundial e segue o que se tem observado na indústria farmacêutica ou agro-alimentar».

Para Francisco Gírio, esta operação representa uma tentativa da holandesa Heineken e da dinamarquesa Carlsberg aproximarem-se do grupo líder a nível mundial, a belga InBev. No entanto, um dos principais motivos desta oferta de compra da Scottish & Newcastle prende-se, ao contrário do que se verifica actualmente no mercado da Europa Ocidental, «com o ritmo crescente do consumo de cerveja nos mercados da Europa do Leste, onde o grupo Baltic Beverages Holding (BBH) é um player forte».

O BBH é uma «joint-venture» entre a Carlsberg e a S&N, tendo sido alvo de disputa entre os dois grupos por diversas vezes.
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