Alunos passam frio nas escolas - TVI

Alunos passam frio nas escolas

  • Portugal Diário
  • 18 set 2007, 14:56
Alunos passam frio nas escolas

Estudo da Deco revela ainda que jovens respiram mal dentro das salas

Muitos alunos portugueses passam frio e respiram mal dentro das salas de aula, revela um estudo da DECO, segundo o qual quatro em cada cinco escolas têm temperaturas baixas e excesso de humidade no ar, noticia a Lusa.

Estas são as principais conclusões de dois estudos em 40 salas de 20 escolas de todo o país, realizados em Fevereiro e agora publicados nas revistas PRO TESTE e TESTE SAÚDE.

De acordo com a associação de defesa dos consumidores, muitas escolas portuguesas são frias, húmidas e com ar interior de má qualidade, os edifícios estão degradados e não têm ventilação adequada.«Em 16 das 20 escolas estudadas, há excesso de humidade no ar e temperaturas baixas», tendo numa das salas de aula chegado a registar-se 13ºC.

Escolas como a de Vila Cova (Braga) não têm aquecimento, apesar de as temperaturas médias, no Inverno, descerem a cerca de 10ºC, denuncia a DECO, acrescentando contudo que mesmo com sistemas de aquecimento, estes muitas vezes não garantem conforto térmico.

Na origem dos maus resultados relativamente ao aquecimento poderão estar defeitos de construção, adianta a associação.

As melhores notas

Quarteira e Portimão foram as cidades que obtiveram melhores «notas», devido ao clima ameno da região, enquanto que a escola do Gavião, em Portalegre, tem bom conforto térmico, pelo uso intensivo do aquecimento.

No entanto, esta escola consta entre as piores no que respeita à qualidade do ar, por falta de ventilação, um problema que está na origem do excesso de humidade no ar.

A este propósito, a DECO salienta que 80 por cento das amostras analisadas denunciam renovação insuficiente do ar e dois terços das salas acusaram valores de humidade superiores ao aconselhável, um problema que pode favorecer o desenvolvimento de fungos e bactérias.

Do total de escolas avaliadas, apenas quatro apresentavam ar com qualidade aceitável ou boa, ao passo que as restantes apresentavam níveis de contaminantes acima dos valores legais de referência.

Amianto em sete escolas

A associação portuguesa para a defesa dos consumidores detectou ainda problemas de construção e conservação dos edifícios, o mais grave dos quais foi a presença de placas de fibrocimento com amianto em sete escolas: D. Francisca de Aragão (Quarteira), Diogo Bernardes (Ponte da Barca), Elias Garcia (Sobreda), D. João II (Caldas da Rainha), EB de Lousada, Roque Gameiro (Amadora) e Rainha D. Leonor de Lencastre (Cacém).

«Tudo isto, depois de a Assembleia da República ter recomendado, em 2003, o inventário dos edifícios públicos com amianto e a substituição deste material, que pode libertar fibras cancerígenas», critica a associação.
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