Situação política parece «esquizofrénica» - TVI

Situação política parece «esquizofrénica»

Miguel Macedo ataca PS

O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, afirmou esta sexta-feira que a política em Portugal vive em alguns aspetos uma «situação que raia a esquizofrenia», com alguns responsáveis pelas dificuldades financeiras a «explicar como se deve governar».

«Hoje vivemos, em alguns aspetos no domínio da política em Portugal, uma situação que raia a esquizofrenia. Hoje, aqueles que foram responsáveis, por exemplo, pela assinatura de contratos de PPP [parcerias público-privadas] que representam para os contribuintes portugueses, em cada ano e durante os próximos 20, 25 anos, cerca de 2.500 milhões de euros de rendas por ano, são aqueles que exigem o corte nesses contratos que eles próprios assinaram», afirmou Miguel Macedo.

O ministro falava na cerimónia do Dia do Município de Alcoutim, depois de inaugurar o novo posto territorial da GNR na vila do interior algarvio.

Miguel Macedo assegurou que o Governo (que tem estado a rever PPP) vai «fazer esses cortes na medida da Justiça que é necessária em Portugal», mas disse ser «espantoso» que «alguns que conduziram o país à situação de bancarrota um ano depois estejam praticamente todos os dias nas televisões a explicar aos portugueses como se deve governar».

O responsável disse reconhecer as «terríveis dificuldades que uma parte importante do povo passa», mas defendeu a necessidade de cumprir o acordo de ajustamento económico definido com os parceiros internacionais.

«Hoje não temos em Portugal, com 900 anos de história, a soberania financeira que devíamos ter, porque fizemos erros no passado. E digo isto como português: quanto mais depressa recuperarmos essa soberania, melhor, porque não quero que o povo diga que quer que as opções políticas sejam estas, mas que possa haver entidades terceiras e externas a dizer ¿pois é, mas nós entendemos que deve ser desta forma¿», referiu.

O governante sublinhou que Portugal está «nas mãos dos credores» e que é fundamental »libertar o país dessa necessidade e dessas condições» no prazo fixado.

«Este é um dever do Governo, mas é um dever patriótico e nós vamos fazê-lo, com humildade, mas com determinação, sendo certo que também não deixa de ser extraordinário que, quando se discutem estas matérias, nunca ninguém ponha sobre a mesa quais são os custos de não cumprir», afirmou.

Miguel Macedo acrescentou que esses custos seriam «mais dívida e, portanto, mais juros, mais desemprego, menos capacidade de financiar a economia e menos capacidade de gerar emprego», prolongando «as terríveis dificuldades que uma parte importante do povo passa em Portugal».

O governante disse ainda encarar com «naturalidade» os protestos com que membros do Governo têm sido recebidos em algumas zonas do país, dizendo que isso faz parte do jogo democrático.
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