A comunidade piscatória das Caxinas, Vila do Conde, interrompeu hoje a faina e só a retoma quarta-feira, em homenagem aos três colegas mortos e aos três desaparecidos, na Nazaré, e em protesto pela ineficácia dos meios de socorro, noticia a Lusa.
«Queremos prestar homenagem aos colegas mortos, mas também chamar a atenção para a falta de meios de socorro no mar», disse à Lusa José Meireles, do Sindicato das Pescas do Norte.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Vila do Conde, Mário Almeida, afirmou que se associa às preocupações dos pescadores e defendeu a necessidade de meios de socorro disponíveis em permanência, mais modernos e céleres.
«É fundamental que existam salva-vidas modernos, rápidos e eficazes, disponíveis 24 horas por dia, tendo em conta que muitos pescadores trabalham de noite», disse o autarca.
Mário Almeida considerou também «imprescindível» a afectação de helicópteros ao socorro no mar, afirmando que mantém a disponibilidade, manifestada há duas décadas, para afectar um terreno de Vila do Conde a um heliporto.
«Vila do Conde tem a maior comunidade piscatória do Norte do Pais [três a quatro mil pescadores] e está numa zona estratégica para a actividade, entre Viana do Castelo e Aveiro», disse.
O Sindicato da Pesca do Norte escreveu sexta-feira ao Procurador-Geral da República (PGR) e ao Governo exigindo o apuramento de responsabilidades na alegada morosidade do socorro aos náufragos da «Luz do Sameiro». O governo já pediu esclarecimentos sobre o assunto à Marinha Portuguesa.
Segundo fonte da comunidade piscatória, os corpos dos três pescadores já resgatados na praia da Légua chegam às Caxinas entre as 15:00 e as 16:00 de hoje e ficarão em câmara ardente na Igreja do Barco. Os funerais realizam-se quarta-feira, a partir das 15:00, com missa de corpo presente comum.
As buscas para encontrar os três desaparecidos continuam, principalmente a norte da praia da Légua, a cargo da Polícia Marítima.
Nazaré: pescadores param faina
- Portugal Diário
- 2 jan 2007, 15:26
Por causa de mortes no mar e em protesto pela ineficácia dos meios de socorro
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