Supervisão de carácter policial seria impossível - TVI

Supervisão de carácter policial seria impossível

BPN

Antigo director do Banco de Portugal acusa ex-administração do BPN de ter escondido «de forma objectiva» informação

[Notícia actualizada às 17h30]

«Uma actividade de supervisão que tivesse um carácter policial seria quase impossível porque em Portugal funcionam 300 e tal instituições», disse esta terça-feira antigo director do Banco de Portugal (BdP), Carlos Santos, que continua a ser ouvido na Comissão parlamentar de Inquérito ao caso BPN.

Segundo o responsável, para tal ser possível «teríamos que ter inspectores a trabalhar lado a lado de cada um dos administradores e não só».

Para Carlos Santos, «o Banco de Portugal tem vindo a desenvolver uma actividade [de supervisão] o mais completa possível». Contudo, tal não é sinónimo de que «não ocorram situações indesejáveis».

Situações de fraude escondidas pela administração

O antigo director afirma que os órgãos do conselho de administração esconderam, «de forma objectiva», às autoridades de supervisão as situações de fraude.

O ex director revelou que as actividades significativas relacionadas com off shores são do final de 2006, início de 2007, e que «antes dessa data, havia a indicação de que várias empresas, de diversos ramos, estavam sob a alçada da Sociedade Lusa de Negócios (SLN), o que demonstrava sinais de concentração de risco».

Transferências levantaram dúvidas sobre Banco Insular

Carlos Santos afirmou ainda que foram as transferências realizadas para outros bancos em 2007 que levantaram dúvidas sobre o Banco Insular.

Assim, o antigo director do Departamento de Supervisão do BdP reiterou a atribuição de responsabilidade pela situação no BPN à anterior administração do banco, presidida por Oliveira e Costa.
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