Lisboa: oposição não quer votar contas - TVI

Lisboa: oposição não quer votar contas

  • Portugal Diário
  • 10 abr 2007, 21:54

E pede a Carmona para adiar votação do Relatório e Contas de 2006, prevista para esta quarta-feira

Vereadores da oposição na Câmara de Lisboa vão pedir quarta-feira o adiamento da discussão do Relatório e Contas de 2006, alegando falta de tempo para analisar o documento de 700 páginas, distribuído na quinta-feira, escreve a Lusa.

Caso a proposta seja votada, PS, PCP e Bloco de Esquerda já anunciaram que vão votar contra, devido ao que consideram ser a reduzida taxa de execução do plano de actividades de 2006 e aumento da dívida em 60 milhões de euros.

A vereadora do CDS-PP, Maria José Nogueira Pinto, revelou que, caso a discussão do relatório de gestão e demonstrações financeiras de 2006 não seja adiada, irá abster-se.

«Vamos solicitar o adiamento da discussão da proposta porque foi distribuída bastante tarde, na quinta-feira, pelas 17:0, num dia de tolerância de ponte», disse à Lusa o vereador socialista Dias Baptista.

Também o vereador comunista Ruben de Carvalho criticou o que considera ser a distribuição tardia do relatório de gestão e demonstrações financeiras de 2006, apesar de ainda estar a analisar se o PCP irá pedir, formalmente, o adiamento da discussão da proposta.

«Aprovámos uma declaração para que os planos de pormenor sejam distribuídos à Câmara com uma antecedência de 15 dias e um relatório e contas é entregue com 48 horas de antecedência. Não faz sentido», argumentou, em declarações à Lusa.

O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, afirmou, por seu turno, esperar, que a proposta seja adiada.

A vereadora da CDS-PP, Maria José Nogueira Pinto, vai pedir o adiamento da discussão considerando que «é impossível analisar [o relatório] em 48 horas, quando o regimento prevê que seja distribuído com cinco dias úteis de antecedência».

O vereador socialista Dias Baptista referiu que o relatório «apresenta uma taxa de execução do plano de actividades de 46 por cento, o que é menos 18 por cento do que em 2005».

«A dívida também se agrava, de mil milhões de euros para 1.060 milhões de euros», afirmou.

Dias Baptista sublinhou também que «o limite legal de endividamento é ultrapassado numa percentagem surpreendente, de 96 por cento».

«A taxa de endividamento quase que duplicou em relação ao limite legal previsto», disse, referindo que o limite legal é de cerca de 17 milhões de euros e a autarquia atingiu os 34 milhões de euros.

O vereador comunista Ruben de Carvalho prepara-se para votar contra, frisando que «em princípio, a taxa de execução deve ser a mais baixa da história da Câmara de Lisboa».

O vereador eleito pelo Bloco de Esquerda, José Sá Fernandes, disse à agência Lusa que vai votar contra o relatório de gestão, criticando que «apenas 46 por cento» do previsto no Plano de Actividades tenha sido executado.

Carmona Rodrigues vai também propor quarta-feira, que se contraia um empréstimo de 30 milhões de euros «para acorrer a dificuldades de tesouraria», junto de duas instituições bancárias.
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