"Na política, respondemos pela vida das pessoas" - TVI

"Na política, respondemos pela vida das pessoas"

Debate quinzenal (Lusa/José Sena Goulão)

Catarina Martins acusou Passos Coelho de mentir ao negar o aumento do IVA

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou este domingo, em Coimbra, Passos Coelho de mentir ao negar o aumento do IVA, incentivos à emigração ou cortes em subsídios, defendendo que na política tem de se responder com verdade.

"Na política, respondemos pela vida das pessoas e respondemos com verdade e chamamos os nomes às coisas", afirmou Catarina Martins, frisando que são necessárias políticas que tratem com dignidade as pessoas, sendo que essa mesma dignidade "começa numa democracia a sério, onde se fale a verdade e onde as palavras têm significado".


A dirigente bloquista sublinhou que a política não pode ser meros "jogos de palavras que vão mudando de significado", dizendo que Passos Coelho, ao afirmar que o incentivo à emigração era um mito urbano, estava "talvez" a considerar que os portugueses "são crianças com pouca capacidade para compreender o que ele diz".

"Durante estes anos, foram cortados os rendimentos de quem menos tem. Passos Coelho mente quando diz o contrário. Durante estes anos, aumentou-se a taxa do IVA. Passos Coelho mente quando diz o contrário. Durante estes anos, o Governo apelou à emigração. Passos Coelho mente quando diz o contrário", criticou Catarina Martins, referindo-se ao primeiro-ministro como uma "espécie de Alice no País das Maravilhas que pode dizer que as palavras ganharam novo significado".


Recordando as declarações dadas por Passos Coelho no Portugal dos Pequenitos, Catarina Martins referiu-se ao primeiro-ministro como uma "espécie de Alice no País das Maravilhas que pode dizer que as palavras ganharam novo significado".

Talvez, sublinhou a porta-voz do BE, Passos Coelho considere que as pessoas sejam "lentas" ou "lerdas de entendimento", e que não se apercebam do aumento do IVA da restauração e da luz ou dos cortes nos rendimentos dos mais pobres, exemplificou.

"Não andamos aqui a tomar chá e a fazer de conta que é possível que todas as palavras tenham significados vários e sorrirmos todos como se tudo isto fosse uma mera troca de galhardetes", asseverou, defendendo que são necessárias soluções que devolvam rendimento "a quem mais o perdeu" e que permitam uma "economia com emprego".


No discurso de abertura da III Conferência Nacional do Bloco de Esquerda, houve também espaço para se falar da Europa e da necessidade de solidariedade para com o governo grego, "que está a pôr a vida das pessoas no centro do debate".

"Somos solidários com os gregos e com as gregas, porque defendemos intransigentemente a democracia e a dignidade", salientou.


No decorrer da conferência, vai ser discutida e votada a versão final do manifesto eleitoral do Bloco de Esquerda para as eleições legislativas deste ano.

Na versão preliminar do manifesto, o BE defende a implementação de uma "revolução fiscal" que acabe com a "punição do trabalho", abatimento de 60% da dívida, com juro de 1,5% e pagamento entre 2022 e 2030, combate às remunerações "globais abusivas" de administradores de empresas, 1% do PIB para a Cultura ou a exclusividade dos profissionais no Serviço Nacional de Saúde.
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