Caça chinês dispara sobre helicóptero da marinha australiana em águas internacionais - TVI

Caça chinês dispara sobre helicóptero da marinha australiana em águas internacionais

  • Agência Lusa
  • AM
  • 7 mai, 07:40
Anthony Albanese (AP Photo)

Avião Chengdu J-10 lançou foguetes na trajetória de voo do helicóptero Seahawk. Os foguetes terão passado 300 metros à frente do helicóptero e a 60 metros acima dele e o piloto do helicóptero teve de "tomar medidas evasivas para não ser atingido"

O primeiro-ministro da Austrália disse esta terça-feira que o país protestou junto de Pequim, através de múltiplos canais, por um caça chinês ter colocado em perigo um helicóptero da marinha australiana em águas internacionais.

O incidente ocorreu no sábado, quando o contratorpedeiro de guerra aérea australiano HMAS Hobart aplicava as sanções do Conselho de Segurança da ONU contra a Coreia do Norte em águas internacionais no mar Amarelo, disseram as autoridades na segunda-feira.

Não foram registados feridos ou danos.

Anthony Albanese disse que o público australiano esperava uma explicação da China.

"Acabámos de deixar bem claro à China que isto não é profissional e é inaceitável", disse, citado pelo canal de televisão Nine Network.

"Deixámos bem claro, através de todos os nossos canais, de todas as medidas à nossa disposição, incluindo aqui publicamente", disse.

Albanese indicou que Pequim ainda não tinha feito qualquer comentário público sobre o incidente.

"É importante que nos pronunciemos quando ocorrem acontecimentos como este. É importante que deixemos clara a nossa posição, o que tem sido feito a nível diplomático, de governo para governo, mas também de defesa para defesa. E todas essas vias foram tornadas claras. Tornámos pública esta questão para podermos dizer de forma muito clara e inequívoca que este comportamento é inaceitável", afirmou o primeiro-ministro australiano.

Na segunda-feira, o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, tinha afirmado que um caça chinês Chengdu J-10 lançou foguetes na trajetória de voo de um helicóptero Seahawk, da marinha australiana.

O ministro disse que os foguetes estavam 300 metros à frente do helicóptero e a 60 metros acima dele e o piloto do helicóptero teve que "tomar medidas evasivas para não ser atingido por esses foguetes".

"A consequência de ser atingido pelos foguetes teria sido significativa", disse Marles.

"Não nos deixaremos dissuadir de participar em atividades legais e em atividades destinadas a fazer cumprir as sanções da ONU contra a Coreia do Norte", acrescentou o ministro.

Foi o encontro mais grave entre as forças das duas nações desde que a Austrália acusou o contratorpedeiro chinês CNS Ningbo de ferir mergulhadores da marinha australiana com impulsos de sonar em águas japonesas, em novembro.

A Austrália afirmou que a China ignorou um aviso de segurança para se manter afastada da fragata australiana HMAS Toowoomba.

A China afirma que o encontro ocorreu fora das águas territoriais japonesas e o navio de guerra chinês não causou danos.

Albanese afirmou que a questão vai ser abordada com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, na visita à Austrália no próximo mês.

Em 2020, a China suspendeu discussões de ministro para ministro com o anterior governo australiano, derrotado nas eleições de 2022.

"Uma das coisas que se rompeu durante um período de tempo foi qualquer diálogo. O diálogo é importante. É sempre, sempre importante ter vias de comunicação", disse Albanese aos jornalistas.

No início de novembro, numa visita à China, Albanese convidou o Presidente chinês, Xi Jinping, a visitar a Austrália pela primeira vez numa década, uma vez que as relações bilaterais melhoraram nos últimos anos, saindo de mínimos sem precedentes.

Albanese disse agora que Xi não visitará a Austrália este ano, mas afirmou esperar ter "algum contacto direto" com o líder chinês quando ambos participarem nas cimeiras do G20 e do fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), no final deste ano.

Continue a ler esta notícia