Festival de Cinema Luso-Brasileiro homenageia Manoel de Oliveira - TVI

Festival de Cinema Luso-Brasileiro homenageia Manoel de Oliveira

Manoel de Oliveira leva «O Estranho Caso de Angélica» em Cannes

Último filme do realizador vai estrear em Santa da Maria da Feira

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O Festival de Cinema Luso-brasileiro arranca no domingo e dedica uma das suas edições com mais estreias de sempre ao realizador Manoel de Oliveira, que dia 11 completa 102 anos e a 12, no encerramento do certame, ali estreia o seu último filme, de acordo com notícia divulgada pela agência Lusa.

Para Américo Santos, director do festival que se realiza há 14 anos em Santa Maria da Feira, o evento cumpre assim dois objectivos: por um lado, «presta homenagem a um grande realizador», exibindo não só os seus filmes como aqueles em que é ele próprio objecto de cinema; por outro, na medida em que o cineasta associa ao certame tanto o seu aniversário como a estreia de «O Estranho Caso de Angélica», fica demonstrada «a consolidação que o festival já conseguiu atingir».

Recordando que em 2009 os filmes a concurso tinham o amor como tema comum, Américo Santos adianta que, este ano, os trabalhos seleccionados abordam temáticas que «se situam até nos antípodas», de acordo com uma escolha que privilegiou apenas «a qualidade intrínseca das obras».

A competição oficial integra por isso quatro longas-metragens brasileiras e uma portuguesa, sendo que na categoria das curtas estão a concurso 18 obras nacionais e 11 brasileiras.

Américo Santos garante que «esta é uma das edições com mais estreias de sempre em toda a história do festival» e, entre as fitas brasileiras, destaca: o documentário «Morada», de Joana Oliveira; «Cat Effekt», de Gustavo Jahn e Melissa Dullius; e os filmes ainda não finalizados «Corpo Presente», de Marcelo Toledo e Paolo Gregori, e «Nove Crónicas para um Coração aos Berros», de Gustavo Galvão.

Já no que se refere à selecção portuguesa, o director do Festival de Cinema Luso-Brasileiro acrescenta outras obras ao filme de Manoel de Oliveira: «A Minha Rua», de Diogo Varela; «Casa», de André Gil Mata; «Descalço», de Tomás Baltazar; e «Acreditados», de Rui Pedro Tendinha, que é, aliás, uma produção do próprio festival.

Quanto ao realizador em foco em 2010, Américo Santos revela que esse é Miguel Gonçalves Mendes, autor do filme «José e Pilar», cabendo à cineasta Cláudia Varejão representar os valores emergentes do cinema nacional.

O programa do festival abrange ainda quatro outros conceitos, o primeiro dos quais é o Dia DOC, que concentra na próxima terça-feira a exibição de vários documentários, como é o caso de «Tom Zé Astronauta Libertado», de Igor Iglesias González, e «Tikimentary», em que Duda Leite aborda a cultura Tiki.

Há ainda sessões especiais - como a dedicada ao filme «Bem-Vindo a São Paulo», em que a metrópole brasileira é filmada por cineastas como Tsai-Ming Liang, Amos Gitai, Mika Kaurismaki e Maria de Medeiros - e o programa «Work in Progress», em que o público é convidado a emitir a sua opinião sobre o material em bruto de dois filmes já em fase de finalização.

Depois de uma pausa de seis anos, Américo Santos anuncia também o regresso da iniciativa «Convite à distribuição», em que as distribuidoras de cinema que operam em Portugal estão convidadas a ver o filme brasileiro «Além da Estrada», de Charly Braun, e a considerar a compra dos seus direitos para exibição comercial nas salas nacionais.
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