«A Batalha de Tabatô» estreia a 11 de julho em Portugal - TVI

«A Batalha de Tabatô» estreia a 11 de julho em Portugal

«A Batalha de Tabatô»

Filme de João Viana, rodado na Guiné-Bissau, teve menção honrosa no festival de Berlim e será também exibido em França durante o mês de agosto

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O filme «A Batalha de Tabatô», que João Viana rodou na Guiné-Bissau, vai estrear-se a 11 de julho nas salas portugueses e no final de agosto no circuito francês, escreve a agência Lusa.

«A Batalha de Tabatô» chegará aos cinemas portugueses depois de ter sido distinguido em fevereiro com uma menção honrosa no festival de Berlim e de ter tido antestreia em abril, no festival IndieLisboa.

Em França, a 28 de agosto, a estreia contará com o apoio da Associação de Cinema Independente para a sua Difusão (ACID), organismo que, em 2009, apoiou a estreia comercial de «Morrer Como um Homem», de João Pedro Rodrigues.

De acordo com a comunicação do filme, aquela associação colabora com 250 salas de cinema em França e promove, anualmente, mais de 1500 exibições em todo o mundo, prometendo, assim, uma maior visibilidade para o filme português.

João Viana, que nunca tinha estado na Guiné-Bissau, viajou para Tabatô, uma aldeia de músicos mandingas na Guiné-Bissau, e veio de lá com dois filmes: a curta-metragem «Tabatô» e a longa-metragem «A Batalha de Tabatô».

Em declarações à agência Lusa quando o filme passou no IndieLisboa, João Viana contou que a princípio o sítio não o surpreendeu, «as tabancas pareciam todas iguais» e «não via a riqueza» da floresta, admitindo que foi «preciso peneirar a realidade» e «limpar o olhar ocidental».

«Foi muito bom ver o olhar perante mim, enquanto branco, mudar. Da mesma maneira que nós temos um olhar viciado para com eles - olhamos sempre de cima do cavalo, (...) estamos com o olhar sujo (...) -, eles também nos olham de baixo para cima», comparou.

Este processo de «nivelamento» de olhares «demorou alguns anos», mas funcionou. O seu está limpo e os habitantes de Tabatô conseguiram passar a vê-lo como «um contador de histórias como eles», descreveu.

João Viana espera agora que os espectadores saiam do filme «com o olhar limpo». «O que eu sonho é que este seja um filme de descolonização mental», resumiu.

«A Batalha de Tabatô» integra esta semana o Festival de Cinema de Curitiba, no Brasil, e será exibido nas próximas semanas em Moscovo e Marselha, França.

João Viana, nascido em Angola em 1966, é autor das curtas «Alfama», que competiu em Clermont-Ferrand, e «A Piscina», selecionada para Veneza, além do vídeo «A Verdade Inventada», sobre Manoel de Oliveira.

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