O realizador iraniano Asghar Farhadi, que tem um filme nomeado na categoria de Melhor Filme Estrangeiro, deverá falhar a cerimónia de entrega dos Óscares, no dia 26 de fevereiro, em Los Angeles, nos EUA.
A informação foi confirmada este sábado, no Twitter, por Trita Farsi, presidente do Conselho Nacional Irano-Americano, organização sem fins lucrativos que promove as relações entre os dois países. Todos os iranianos, salvo aqueles com passaportes diplomáticos, estão temporariamente proibidos de entrar nos EUA por conta da decisão de Donald Trump.
Confirmed: Iran's Asghar Farhadi won't be let into the US to attend Oscar's. He's nominated for best foreign language film...#MuslimBan
— Trita Parsi (@tparsi) 28 de janeiro de 2017
Farhadi já conquistou uma estatueta dourada de Hollywood em 2011, precisamente naquela categoria, com o filme "A Separação".
Agora é de novo candidato, com “The Salesman – O Vendedor", filme que já valeu um prémio de melhor ator no último festival de Cannes.
Com o decreto de recusa de vistos a cidadãos de vários países muçulmanos - entre os quais o Irão - o realizador fica impedido de estar na cerimónia que acontece em Los Angeles, no dia 26 de fevereiro.
A academia de Hollywood já protestou considerando problemático que a equipa iraniana possa ser impedida de comparecer no Dolby Theatre onde decorrerá a cerimónia.
O festival de cinema de Tribeca, fundado por Robert de Niro em 1988, manifestou a indignação na rede social Twitter.
“Isto é inaceitável e de cortar o coração”, afirma uma mensagem da organização.
Oscar nominee Asghar Farhadi has been banned from entry into the U.S. to attend the ceremony in Feb. This is heartbreaking and unacceptable. pic.twitter.com/2PrwZWyBdw
— Tribeca (@Tribeca) 28 de janeiro de 2017
O decreto aprovado sexta-feira pelo presidente norte-americano veta a entrada no país a pessoas de sete países muçulmanos. Nacionais do Iraque, Síria, Irão, Sudão, Líbia, Somália e Iémen, sejam refugiados, imigrantes ou até turistas, passaram a estar temporariamente barrados de entrar nos Estados Unidos.
A medida de Trump, fortemente criticada por líderes europeus reunidos este sábado em Lisboa, está já a ser aplicada por algumas companhias aéreas.
Sete passageiros, de países de maioria islâmica, que pretendiam seguir para os Estados Unidos a bordo de aviões da KLM ficaram em terra ao chegarem a aeroportos dos EUA. Além do episódio com a KLM, a Qatar Airlines começou a avisar que, quem queira seguir a bordo para os Estados Unidos, tem de reunir condições para tal.