Mangualde: Citroen dispensa perto de 500 trabalhadores - TVI

Mangualde: Citroen dispensa perto de 500 trabalhadores

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Funcionários não vão regressar à fábrica após período de suspensão

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A Peugeot-Citroën de Mangualde iniciou esta sexta-feira mais um período de suspensão da laboração, findo o qual perto de 500 trabalhadores não regressarão à fábrica, segundo as contas da comissão sindical, avança a Agência Lusa.

Jorge Abreu, coordenador da comissão sindical, disse à Lusa que, dos 1400 trabalhadores da fábrica, «só nesta ronda ficaram sem emprego perto de 500, entre temporários, contratados a prazo e efectivos».

«Houve 80 trabalhadores efectivos que acabaram por aceitar a rescisão amigável. Inicialmente foram os mais velhos, com 30/40 anos de casa, até aos últimos, com poucos anos de casa», contou o também trabalhador da Peugeot-Citroën de Mangualde e dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos.

Na sua opinião, estes trabalhadores acabaram por ser «empurrados» a rescindir, porque «houve o sentido de oportunidade da empresa de utilizar o argumento da necessidade de os mudar para outras secções».

«Ontem (quinta-feira), estes trabalhadores mostravam-se até um pouco envergonhados por terem aceite o acordo. Era visível no rosto deles a tristeza e o desgosto que sentiam». Estes sentimentos, acrescentou, «não eram tanto por perderem o seu posto de trabalho, mas pela forma como foram tratados pela empresa».

Quanto aos trabalhadores que ficaram e terão que mudar de secção, Jorge Abreu explicou que «vai haver um período de formação e de adaptação aos novos postos de trabalho. Mas a nossa organização sindical está muito preocupada. Estamos a deixar o alerta que fiquem preparados para a possibilidade de a não adaptação poder vir a ser usada contra eles».

Segundo o dirigente sindical, «ainda ficaram alguns trabalhadores temporários e com contrato a prazo que terminam em Abril», que «nem sabem muito bem qual vai ser a vida deles quando reabrir a fábrica», a 05 de Fevereiro, desconhecendo «que função vão ocupar, em que turno».

Este é já o segundo período de suspensão de actividade - depois de um primeiro de 10 dias que decorreu até 7 de Janeiro - que foram justificados pela empresa com a quebra de encomendas e os respectivos reajustes de produção.
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