Os empresários portugueses querem que o Governo garanta que grande parte das encomendas e do trabalho exigido para a realização das grandes obras públicas planeadas para o País sejam reservadas a empresas nacionais.
Embora recusando a ideia de um «proteccionismo», a Associação Industrial Portuguesa Confederação Empresarial (AIP-CE), a Associação Empresarial de Portugal (AEP) e a Confederação da Indústria Portuguesa (CIP) defenderam, numa conferência de imprensa conjunta que a primeira obrigação do Governo no actual contexto de dificuldades acrescidas, é «defender as empresas portuguesas», respeitando o quadro de concorrência da União Europeia.
O presidente da AIP; Rocha de Matos, fez questão de fazer a diferença entre «proteccionismo e defesa» e sugeriu que Portugal deve «olhar para o que se está a passar no resto do Mundo e não ser mais papista que o Papa».
«Não queremos que os nossos clientes paguem mais só para que as empresas portuguesas tenham trabalho mas é preciso que elas tenham condições para trabalhar», disse Jorge Rocha de Matos.
O comendador lembrou mesmo o caso da Inglaterra quando governada por Margaret Thatcher, «que não se inibiu de lançar concursos públicos em que cerca de 80% das encomendas eram para empresas britânicas e os restantes 20% destinados ao mercado internacional».
Obras: patrões querem encomendas reservadas a empresas nacionais
- Paula Martins
- 4 nov 2008, 14:22
«Devemos olhar para o que se passa no resto do Mundo e não ser mais papistas que o Papa»
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