Telefones e net são principais queixas dos portugueses - TVI

Telefones e net são principais queixas dos portugueses

  • Marta Ferreira
  • 14 mar 2005, 15:10
Telefones e net são principais queixas dos portugueses

PDiário:Consumidores também reclamam de artigos com defeitos e vendas agressivas. Endividamento preocupa famílias há quatro anos. Desemprego, divórcio e doença são razões para recurso a crédito

As comunicações foram o alvo das queixas mais recorrentes dos portugueses no ano passado. A dificuldade em ter acesso à Internet, a lentidão ao navegar na «net», os telemóveis estragados e a facturação excessiva das chamadas de telefone fixo foram os principais motivos que levaram os portugueses a fazerem queixas à DECO.

«Falamos em milhares de consumidores lesados e espalhados por todo o país», adiantou a DECO ao PortugalDiário, acrescentando que o caso de Lisboa é reflexo do resto do país: «Os assuntos reclamados são os mesmos e as empresas mais reclamadas também são as mesmas».

Foram 2050 os lisboetas que em 2004 se queixaram à DECO por causa de telecomunicações. Tentar aceder à «net» e não conseguir, ou conseguir mas com muita lentidão e pagar a factura no seu total no fim do mês é coisa que levou o consumidor a pedir satisfações.

Também os problemas com telemóveis foram motivo de queixas frequentes: as marcas de telemóveis, fugindo à reparação do aparelho dentro do prazo de garantia, alegam responsabilidade do consumidor na avaria. «A razão mais invocada é a existência de vestígios de humidade no aparelho, facto fora da responsabilidade da marca e não coberto pela garantia», adiantou ao PortugalDiário fonte da DECO.

E o telefone fixo não podia ser esquecido: «Os consumidores pagam muito», acusa a mesma fonte. E queixam-se.

O segundo sector que arrecada mais reclamações é o da compra e venda de bens defeituosos. Só Lisboa teve direito a mais de 750 queixas. E como não podia deixar de ser, a aplicação da garantia e a assistência técnica a esses produtos também originam muitas preocupações aos consumidores.

Quem ocupa o terceiro lugar no pódio das reclamações feitas à DECO em 2004 são as chamadas «vendas agressivas». São «as vendas que não surgem como tal, mas sim como falsos prémio anunciados pelo telefone e que levam os consumidores a deslocar-se para receber o prémio. Acabam por comprar, sem pretenderem e até se aperceberem, colchões, louças e outros produtos do género», explica fonte da DECO.

De referir ainda as muitas queixas referentes ao endividamento das famílias, mais uma vez em foco: «É assim desde 2000», garante a DECO.

Com o apelo ao crédito de consumo, que vemos todos os dias nos jornais, revistas e televisão, que apregoam um acesso extremamente fácil porque «é só telefonar e tem um crédito de mil euros», os consumidores têm recorrido em excesso a empréstimos, seja para comprar casa, automóvel ou mesmo para pagar mobília nova ou uma férias. O que acontece é que no final do mês o orçamento não suporta tantas dívidas.

«Ficam empréstimos por pagar e as dívidas acumulam. Entra em processo de endividamento», explicou fonte da DECO ao PortugalDiário. Quantos aos motivos mais frequentes de endividamento, são «o desemprego, divórcio, doença e alteração do agregado familiar», avançou a DECO.
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