Caparica: Marques Mendes diz de quem é a culpa

O presidente do PSD, Luís Marques Mendes, apontou esta terça-feira o dedo aos sucessivos atrasos no programa Polis na Costa de Caparica para justificar a destruição do paredão devido ao avanço do mar, noticia a agência Lusa.

Marques Mendes, que esteve hoje nas praias do Norte da Costa de Caparica, no local que ficou destruído esta madrugada pela força do mar, considerou que os atrasos no programa Polis são os grandes responsáveis pela erosão costeira na zona, visto que o projecto prevê o recuo do parque de campismo frontal ao paredão, que neste momento se situa a apenas 30 metros da linha de costa, e a recuperação do paredão.

A presença do líder social-democrata no local destruído na noite passada foi, de acordo com Marques Mendes, uma forma de «chamar a atenção pública de todos para a necessidade de olhar com outros olhos para a costa portuguesa» e uma maneira de avaliar «com os próprios olhos» os estragos que o mar provocou no paredão frente ao parque do Clube de Campismo de Lisboa, junto à praia de São João, no Norte da freguesia.

Cerca de um mês depois de ter estado em Esmoriz, onde o mar ameaçou uma povoação piscatória situada junto à praia, o político declarou ter sentido necessidade de se deslocar à Caparica por considerar que «o litoral tem de ser visto e valorizado de outra forma, por ser um grande meio de receitas que o país tem».

Mendes aponta o dedo mas sem nomear Governo ou INAG

Sem fazer qualquer tipo de acusação ao Governo ou ao Instituto da Água (INAG), a entidade responsável pela recuperação do local, Marques Mendes preferiu destacar a importância da Costa de Caparica para o turismo nacional, por ser um «património ímpar do litoral português», reiterando a sua proposta de criação de uma agência única de monitorização do litoral.

«Neste momento, temos mais de dez entidades responsáveis pela monitorização do litoral, o que faz com que, quando acontecem situações como esta, a culpa morra sempre solteira. A minha proposta passaria pela criação de um organismo único que pudesse monitorizar todo o litoral português», destacou o social-democrata.

Marques Mendes assumiu, no entanto, que as intervenções realizadas no local não têm sido pacíficas e que têm existido «divergências técnicas» entre os responsáveis pela obra e a Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de Almada.

Enquanto o INAG tem apostado numa solução mais naturalizada para o local, Junta e Câmara Municipal têm defendido a necessidade de realização de uma obra de engenharia pesada que resolva de vez os problemas de erosão costeira na cidade.

Avanço do mar «é problema sério e antigo»

Além disso, o deputado do PSD ressalvou que o avanço do mar na Costa de Caparica e no resto do país «é um problema sério e antigo, que não data de hoje», nomeadamente na Caparica, onde o avanço do mar tem ocorrido nos últimos cinco anos.