O consumo de álcool por crianças de 10/12 anos em meios rurais foi um dos problemas identificados num estudo sobre a relação dos jovens com as toxicodependências, da Comissão de Protecção de Menores de Grândola.
Segundo revelou hoje à Lusa Ismael Martins, da Comissão de Protecção de Crianças e de Jovens (CPCJ) de Grândola, «o consumo de álcool é consentido e por vezes incentivado em meios rurais, porque ainda existe a ideia de que o álcool faz bem e dá força».
«É preciso desmistificar estas ideias», acrescentou Ismael Martins, que falava à Lusa após a apresentação de um estudo da CPCJ sobre a «Relação dos jovens do concelho de Grândola com as toxicodependências».
De acordo com o estudo apresentado este sábado na Divisão de Acção Social, Cultura e Educação da Câmara Municipal, 17,5 por cento dos 600 jovens inquiridos admitiram que já tinham consumido drogas - álcool (62 por cento), haxixe (8 por cento) e cannabis (12 por cento).
O estudo revela também que, na perspectiva dos responsáveis das principais instituições do concelho - escolas, juntas de freguesia, Câmara Municipal, Instituições Particulares de Solidariedade Social e outras -, cerca de 20 por cento dos jovens consomem drogas.
No entanto, segundo Ismael Martins, estas entidades mostram alguma tolerância em relação aos consumos de álcool e de tabaco. Mais pessimistas, as famílias estimam que cerca de 40 por cento dos jovens do concelho consomem drogas e não têm dúvidas em atribuir total responsabilidade pelos consumos a esses mesmos jovens e amigos.
Ismael Martins acredita, no entanto, que a realidade é um pouco diferente, uma vez que o estudo permitiu identificar problemas de «falta de comunicação entre pais e filhos». «Muitas vezes os pais têm os filhos por perto, mas acontece que estão muitas vezes a ver televisão e não há uma comunicação adequada entre ambos», concluiu o responsável da CPCJ de Grândola.
Beber aos 10 anos
- Portugal Diário
- 2 jun 2007, 20:50
Consumo de álcool por crianças em meios rurais é um problema
Continue a ler esta notícia