Guerra de traficantes no Youtube - TVI

Guerra de traficantes no Youtube

  • Portugal Diário
  • 13 fev 2007, 16:19

Criminosos mostram a execução dos seus inimigos através de vídeos

Uma guerra de grupos de traficantes de drogas do México foi parar ao site de vídeos YouTube, onde rivais se ameaçam uns aos outros com apresentações de slides e filmes sangrentos das suas vítimas assassinadas, noticia a Reuters.

Um dos vídeos mostra um homem a ser morto com um tiro na cabeça e uma série de slides grotescos mostram outra vítima de execução.

Mais de duas mil pessoas morreram no ano passado na guerra entre o Cartel do Golfo, no nordeste do México, e traficantes do Estado de Sinaloa, no oeste do país.

O presidente mexicano, Felipe Calderón, enviou milhares de soldados para vários Estados do país para acabar com as quadrilhas, que decapitaram policias e mataram soldados.

Outro vídeo publicado no YouTube e designado de «The Hit Men» mostra um homem algemado, aparentemente um membro do Cartel do Golfo que foi apanhado e surrado pela polícia. De joelhos o homem pede clemência aos seus raptores. «Eles vão me matar», diz o homem no vídeo.

Por baixo das imagens, os usuários do YouTube elogiam os poderes do traficante Joaquin «El Chapo» Guzman, chefe da quadrilha baseada em Sinaloa e arqui-inimigo de Osiel Cardenas, o líder do Cartel do Golfo, recentemente extraditado para os Estados Unidos.

Numa mensagem publicada no site, um cibernauta oferece cerca de 4.500 dólares para qualquer um que mostrar prova de ter matado membros do exército privado do cartel, conhecido como Zetas.

«As mensagens dão a impressão de que membros do crime organizado estão a participar», disse Jose Luis Manjarrez, porta-voz da Procuradoria-geral do México.

«Não podemos excluir isso, mas não podemos assumir que seja totalmente verdade que o site está a ser usado como uma forma de comunicação do crime organizado», acrescentou.

Um porta-voz do site, que é controlado pelo Google, disse que a companhia «não permite vídeos que mostrem actos perigosos ou ilegais».

Entretanto, vídeos publicados no site incluem uma cena de um homem a ser assassinado com um tiro na cabeça, acto atribuído a membros do Zetas. O vídeo já foi visto mais de 280 mil vezes.

O porta-voz do YouTube afirmou que cabe aos usuários apontarem vídeos como inapropriados e que todo o conteúdo marcado dessa forma é revisto pela empresa e pode ser removido.
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