«Há quem use técnicas mafiosas para despedir» - TVI

«Há quem use técnicas mafiosas para despedir»

  • Sónia Peres Pinto
  • 31 mar 2009, 10:30
Desemprego

Flexibilizar mercado subiria desemprego, mas numa segunda fase levaria ao aumento da produtividade

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A rigidez do mercado de trabalho leva a que muitas empresas «usem técnicas mafiosas para despedir» revela à Agência Financeira o presidente da Boyden Portugal - empresa de «executive search» - Fernando Neves de Almeida. Para o responsável, a solução passa por flexibilizar o mercado.

«Há muitos empresários com menos escrúpulos ou mais ameaçados pela sobrevivência que utilizam técnicas mais mafiosas e recorrem, por exemplo, à pressão psicológica para que os empregados abandonem a empresa».

«É preciso acabar com conceito jobs for the boys»

Ao mesmo tempo, de acordo com Neves de Almeida, a flexibilização do mercado de trabalho permitiria ainda aumentar a produtividade.

«Quanto mais difícil for despedir, mais estamos a passar esse ónus para os empresários, logo baixamos a produtividade em muitos casos. Ninguém vai despedir alguém que seja útil na produção de resultados. Não creio que de uma forma geral as pessoas passassem a ser mais despedidas do que havendo essa rigidez», acrescentando ainda que essa medida «não é para desproteger o trabalhador, antes pelo contrário. Permitiria aos melhores ganharem mais, terem mais oportunidades de carreira, tirar a falsa sensação de segurança que existe», acrescenta o responsável máximo da Boyden Portugal.

Melhor do que reduzir carga fiscal

Apesar de defender esta flexibilidade, Neves de Almeida reconhece que a mesma poderá ter algumas consequências, nomeadamente numa primeira fase, levaria ao aumento da taxa de desemprego, tal como se verificou no mercado espanhol. No entanto, o responsável chama a atenção de que esta situação seria temporária. «Estaríamos face a uma situação de ajustamento, as empresas ficariam depois melhores, logo tornar-se-iam mais produtivas e passavam a absorver mais pessoas».

Aliás, o presidente da Boyden acredita que é preferível flexibilizar do que reduzir a carga fiscal, apesar de admitir que «como consumidor gostaria de pagar menos impostos», refere em declarações à AF.
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