«A crise em Portugal vai ser menos acentuada do que noutros países europeus». A afirmação foi feita pelo economista e professor associado da Universidade Católica Portuguesa, João Cocco, durante uma conferência para debater a actual crise, que se realizou esta quinta-feira à noite, em Lisboa.
O responsável justifica a afirmação dizendo que «o Estado tem um importante peso no país e que o preço do imobiliário não cresceu tanto como noutras economias».
A alternativa para sair da crise
João Cocco diz que «não podemos esperar que o consumidor norte-americano seja o motor de crescimento mundial porque este encontra-se muito endividado».
Sair da crise passa então por um maior consumo das famílias e, simultaneamente, por um maior investimento por parte das empresas. Mas o economista adverte que esta não é a melhor opção.
João Cocco defende como alternativa a «despesa pública». No entanto, alerta também para o cuidado a ter perante uma medida destas. «Esta despesa pública vai ter de ser paga no futuro, pode levar a uma contracção do consumo e investimento privados e, por último, a dívida pública portuguesa já é bastante significativa», disse.
Cenário de deflação não deverá verificar-se
No que toca a um cenário de deflação, o responsável acredita que «não vamos chegar a este ponto».
Interrogado sobre se o pior da crise já passou, João Cocco diz que os mercados accionistas antecipam o futuro. «Ainda não há sinais de melhorias nos mercados accionistas. Neste momento, os sinais em termos de recuperação ainda são escassos», concluiu.
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Crise em Portugal vai ser menos acentuada que noutros países
- Lara C. Fernandes
- 19 dez 2008, 08:16
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Mercados accionistas antecipam futuro
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