“Tive muito mais medo de falhar, de não conseguir superar o meu trauma e de não conseguir voltar a surfar ondas gigantes”.
Maya Gabeira tem o recorde do mundo da maior onda surfada por uma mulher (20,72 mts). Um feito conquistado no Canhão da Nazaré, o mesmo onde há cinco anos quase perdeu a vida. Naquela manhã de 23 outubro de 2013, Maya foi retirada da água já inconsciente. O acidente agravou uma lesão antiga. Os médicos chegaram a dizer-lhe que a carreira tinha acabado. Maya passou por várias cirurgias e um longo período de recuperação e quando percebeu que podia voltar às ondas gigantes, o corpo ressentiu-se.
“O medo traz vários sintomas, a mim traz-me ansiedade, stress, dores de barriga, fico enjoada. Mas fui aprendendo a lidar com isso”.
Passaram vários anos desde o acidente. Em janeiro de 2018, a surfista brasileira fez-se de novo ao mar, apesar do risco. O medo de não voltar a surfar ondas gigantes foi mais forte do que o medo de enfrentar o mar. A coragem chegou devagar. Veio da determinação, do treino mental, do treino físico e das “pequenas” vitórias conquistadas em cima da prancha, dia após dia.
“Parecia que cada onda era um pequeno alívio, um empurrão na minha autoestima, era uma palavra de confiança, era a oportunidade de surfar a onda que há 4 anos atrás eu não tinha conseguido. E que eu acreditava que podia surfar!”
Maya ultrapassou o medo e conquistou o sonho.