O presidente executivo do Novo Banco, António Ramalho, disse esta quarta-feira que não é acionista da Nani Holdings, empresa da Lone Star que detém o Novo Banco, mas detém instrumentos financeiros que imitam o comportamento de ações do banco.
"Eu ouvi escandalizado que sou acionista da Nani Holdings. Não sou acionista da Nani Holdings", disse António Ramalho, explicando que o que detém são instrumentos financeiros que simulam o comportamento de ações com base no desempenho do Novo Banco (indicadores de rendibilidade).
O gestor disse que esses instrumentos financeiros foram adquiridos em 2018 recorrendo às suas "poupanças" e que esse investimento indireto no Novo Banco (há outros administradores que também detêm) foi comunicado às autoridades, que "não se opuseram".
O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse na terça-feira no parlamento que o Banco Central Europeu (BCE) não viu incompatibilidades no facto de administradores do Novo Banco terem pequenas participações na acionista Nani Holdings.
"A legislação que existe levou o BCE a considerar que não havia problemas de idoneidade", havendo também "uma valorização da dimensão da exposição", respondeu Mário Centeno à deputada Mariana Mortágua (BE).
De manhã, a deputada tinha revelado que "os administradores do Novo Banco, inclusive [o presidente executivo] António Ramalho, compraram ações da Nani Holdings", a empresa portuguesa dona do Novo Banco que é detida por uma sociedade luxemburguesa ligada ao fundo norte-americano Lone Star.
Ramalho explicou hoje que não se tratam de ações, mas de instrumentos financeiros que imitam o comportamento de eventuais ações.