Os ministros das Finanças da zona euro deverão, esta segunda-feira em Bruxelas, validar em definitivo o segundo programa de ajuda à Grécia, depois de Atenas ter acordado com os seus credores privados a maior operação de sempre de reestruturação da dívida.
Na última sexta-feira, a Grécia evitou a bancarrota ao alcançar um acordo para a participação dos seus credores privados na operação de um perdão de dívida, dando assim o passo que faltava para que os seus parceiros da zona euro libertem o segundo resgate a Atenas, também sem precedentes, na ordem dos 130 mil milhões de euros.
Após o anúncio do acordo e de uma conferência telefónica entre os ministros das Finanças do espaço monetário único realizada também na sexta-feira, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, afirmou que estão agora reunidas as condições para a aprovação final do segundo programa de resgate financeiro, o que deverá acontecer hoje, numa reunião finalmente um pouco mais desanuviada.
Embora não faça parte da agenda oficial da reunião de hoje do Eurogrupo, é provável que seja discutida a questão de Espanha, depois de o governo presidido por Mariano Rajoy ter fixado o objetivo de défice para este ano nos 5,8 por cento (contra os 4,4 inicialmente previstos), um anúncio que apanhou de surpresa os seus parceiros e a própria Comissão Europeia.
O presidente do executivo comunitário, Durão Barroso, já disse que Bruxelas quer conhecer as razões das derrapagens de 2011, recordando ao mesmo tempo os «compromissos de estabilidade financeira e orçamental» assumidos por Madrid e que espera ver respeitados, e de acordo com fontes diplomáticas é natural que o Eurogrupo peça explicações ao ministro espanhol nesta reunião.
De acordo com uma fonte governamental ouvida no domingo pela Bloomberg, o Governo espanhol quer aproveitar a reunião de hoje para esclarecer eventuais equívocos relativos às novas metas de redução do défice, explicando as razões que levaram à derrapagem do valor do défice, no ano passado, e garantindo que, em 2013, o desequilíbrio das contas públicas deverá ficar nos 3 por cento do PIB, o limite permitido pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.
No encontro participará o ministro das Finanças português, Vítor Gaspar, que marcará também presença na reunião alargada a 27 na terça-feira (Ecofin), na qual haverá lugar a um debate público sobre a proposta de passar a taxar as transações financeiras, um imposto que segundo os cálculos de Bruxelas poderia render um montante na ordem dos 60 mil milhões de euros anuais.
Eurogrupo deverá «carimbar» hoje 2º pacote de ajuda à Grécia
- Redação
- CPS
- 12 mar 2012, 07:52
Atenas já acordou com os seus credores privados a maior operação de sempre de reestruturação da dívida
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