A Irlanda pode precisar de recorrer à ajuda externa mais uma vez.
«Penso que é muito improvável conseguirmos regressar [aos mercados de dívida] no próximo ano», apesar de ser isso que consta no programa de austeridade acorda com a União Europeia e com o FMI. «Penso que vai demorar um pouco mais, talvez seja possível em 2013, quem sabe?», disse o ministro dos Transportes irlandês, Leo Varadkar, em declarações ao «The Sunday Times».
Ou seja, se a Irlanda poderá não estar preparada para voltar aos mercados, é porque pode precisar de mais dinheiro.
Isso mesmo sugere o aquele jornal: « Isso significaria um segundo programa [de ajustamento orçamental]. Ou uma extensão do programa já existente».
Este é o primeiro governante irlandês a admitir a possibilidade de ser necessário um novo empréstimo a somar aos 85 mil milhões de euros concedidos pela Europa e pelo FMI em Novembro de 2010.
Que saídas?
Até agora, os políticos irlandeses ficavam-se por um pedido de redução da taxa de juro e um aumento da duração do programa de ajustamento, tal como fez recentemente a ministra irlandesa para a Ação Social, Joan Burton.
Em entrevista ao «Libération», a responsável argumentou que a Irlanda tem de pagar uma taxa de juro média de 5,8% à UE, enquanto a da Grécia é de 4,25%.
A falta de consenso e o caso grego
Em Março, os chefes de Estado e de Governo da Zona Euro chegaram a acordo para reduzir em um ponto base os juros no empréstimo de resgate à Grécia, para os 4,2%, e prolongar o prazo de pagamento até aos sete anos e meio.
No caso da Irlanda não houve consenso, porque Dublin recusou aceitar como condição para um acordo a revisão do imposto sobre os rendimentos das empresas, que no caso irlandês se fixa em 12,5%, muito abaixo da média europeia.
No início de Maio, o porta-voz da Comissão Europeia, Amadeu Altafaj, afirmou que a decisão de redução dos juros do empréstimo europeu concedido à Irlanda cabe aos Estados-membros. «As discussões ainda estão em curso, a decisão está nas mãos dos Estados-Membros».
«Nós consideramos que faz sentido a redução nas taxas de juros com vista a apoiar a sustentabilidade da dívida pública».
Grécia confiante: «Vamos receber 5ª tranche»
Entretanto, têm crescido as especulações sobre a reestruturação de dívida da Grécia, outro país que já caiu nos braços do FMI, a par da Irlanda e Portugal. Atenas precisa de receber a quinta tranche até dia 26 de Junho.
O presidente do Eurogrupo já avisou que isso pode não acontecer. Mas a Grécia está confiante e diz que as negociações estão quase a terminar.
Irlanda pode precisar de mais ajuda
- Redação
- VC
- 29 mai 2011, 22:26
Ministro do país admite que «é muito improvável» que Dublin consiga regressar aos mercados no próximo ano
Continue a ler esta notícia