BCE suspende os empréstimos de longo prazo

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu suspender os empréstimos de longo prazo, o que - em termos práticos - significa que não vai emprestar mais dinheiro a maturidades mais longas. Pelo menos, enquanto não souber como estão, afinal, a ser aplicados na economia os fundos já financiados a três anos.

O anúncio partiu do membro do conselho do BCE, Jörg Asmussen, que explicou que é «preciso ver como é que esta liquidez» se distribui «nos próximos meses».

Asmussen foi mais à frente e garantiu que «ninguém deve esperar» que se «avance com um terceiro LTRO [empréstimo de longo prazo] com base no facto de que já fizemos dois», adiantou a um jornal finlandês, citado pela Bloomberg.

Também Benoît Coeuré, outro membro da comissão executiva do BCE, defende que, se necessário, será possível interromper rapidamente as operações de financiamento de longo prazo.

Citado pela Bloomberg, Coeuré diz que «todas as medidas necessárias para retirar o fornecimento de liquidez em larga escala estarão prontas de imediato, quando isso for preciso».

«Também demos aos bancos a oportunidade antecipar a recompra após um ano, caso as condições que motivaram a injeção de liquidez de longo prazo já não se verifiquem», acrescentou.

A autoridade monetária já realizou dois leilões de financiamento a longo prazo. Os bancos puderam-se financiar junto do BCE a três anos, com juros baixos (1%). Os dois leilões - de Dezembro e Fevereiro passados - representaram cerca de 1 bilião de euros. Um «balão de oxigénio» crucial para que, nos últimos meses, se tenha assistido a algum alívio de pressão sobre os juros da dívida de países periféricos como Portugal.

[Notícia atualizada às 13:11 horas com declarações de Benoît Coeuré]