Grécia: partidos enviam cartas de compromisso à Europa

Os líderes dos partidos políticos que integram o governo de coligação da Grécia enviaram esta quarta-feira uma carta aos responsáveis da Zona Euro a assumir o compromisso de manter a política económica negociada com a União Europeia e o FMI. Mesmo assim, o segundo pacote de ajuda internacional pode ser adiado.

Na missiva, redigida em grego e em inglês, o conservador Antonis Samaras, líder do Nova Democracia, a força política que lidera as intenções de voto, afirma que «se a Nova Democracia ganhar as próximas eleições na Grécia», o partido continuará «comprometido» com os objectivos do programa de estabilização e «com as políticas descritas no memorando» assinado com a troika.

No mesmo documento, Samaras referiu, no entanto, que «algumas modificações políticas poderão ser necessárias para garantir a plena aplicação do programa».

«Como já tinha dito numa carta anterior [3 de Novembro de 2011], continuamos a atribuir uma grande importância ao regresso de uma recuperação rápida para que as receitas geradas possam ajudar a alcançar as metas estabelecidas», indicou Samaras, citado pela Lusa.

«Dar prioridade à recuperação económica conjuntamente com outros objectivos torna o programa ainda mais eficaz e o esforço de ajustamento mais bem sucedido».

A missiva, divulgada ao início desta tarde, foi endereçada aos responsáveis do Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE).

Do lado dos socialistas gregos (PASOK), a carta «foi enviada», indicou o departamento de comunicação do partido, mas sem divulgar, até ao momento, o conteúdo da missiva.

Estas cartas são consideradas essenciais pelos ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo) para desbloquear o segundo plano de ajuda internacional a Atenas e que levou ontem à decisão de cancelar a reunião dos responsáveis das pastas das Finanças da região, desconfiados da vontade grega em aplicar as novas medidas de austeridade impostas pela troika.

Os parceiros comunitários querem assegurar a continuação das reformas após as eleições legislativas gregas, previstas para Abril deste ano.