Malparado no consumo e na habitação atinge valor recorde - TVI

Malparado no consumo e na habitação atinge valor recorde

Banca aperta condições ao crédito, enquanto portugueses têm cada vez mais dificuldade em cumprir as suas obrigações

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O crédito de cobrança duvidosa na habitação voltou a subir, em Novembro, para um novo valor recorde: 1.982 milhões de euros. Este valor representa 1,75% do total de crédito concedido pelos bancos aos portugueses para comprar casa (cerca de 113,5 mil milhões de euros).

Os dados são do Banco de Portugal e mostram como, cada vez mais, as famílias estão com dificuldade em cumprir os seus compromissos com a banca.

Uma dificuldade mais nítida quando olhamos para os dados do crédito ao consumo: o malparado neste tipo de empréstimos passou, pela primeira vez, a fasquia dos 1.300 milhões de euros.

Contas feitas, do total de 15,45 mil milhões emprestados pelos bancos para o crédito ao consumo no final de Novembro, 8,51% são de cobrança duvidosa - um valor demasiado alto e nunca antes alcançado.

Também nos créditos para outros fins, o malparado está a subir, tocando os 998 milhões de euros, ou seja 8,06% do total dos empréstimos deste grupo, mais 172 milhões do que em Novembro de 2009.

Mas não são apenas as famílias que sentem cada vez mais o aperto da crise. Também as empresas estão a sentir dificuldades em pagar as dívidas. Prova disso mesmo, é que a cobrança duvidosa nos empréstimos à empresas passou os seis mil milhões de euros em Novembro (6.162 milhões de euros).

Este valor representa 5,2% do total do crédito para as empresas, que atingiu os 118.834 milhões de euros.

A tornar o cenário mais negro está o facto dos bancos estarem com o pé no travão quando se trata de emprestar dinheiro. No total, o crédito concedido a particulares aumentou 2,2% no ano terminado em Novembro de 2010, um valor idêntico, apenas, ao verificado em Junho de 2009.

No total, os bancos emprestaram 141,25 mil milhões de euros em Novembro, um valor que representa um aumento face a Outubro (mais 131 milhões) mas que demonstra que o ritmo na concessão de crédito está a dmininuir: uma tendência que se tem vindo a verificar, de forma mais acentuada, desde Setembro quando a concessão de crédito aumentou em 314 milhões face ao mês anterior.

Consulte aqui o Boletim Estatístico do Banco de Portugal

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