Draghi: «Medidas do BCE evitaram séria crise de liquidez» - TVI

Draghi: «Medidas do BCE evitaram séria crise de liquidez»

Mario Draghi

Líder da autoridade monetária diz que já há sinais positivos das medidas tomadas. Mercados interbancários «estão a começar a reabrir»

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O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, disse esta quinta-feira que os empréstimos a três anos da instituição aos bancos europeus evitaram uma «séria» crise de liquidez na banca e que já há sinais positivos das medidas tomadas. Ainda que algumas tensões financeiras continuem a deprimir economia.

«Estamos a começar a ver os resultados e os benefícios desses mercados. Alguns mercados interbancários estão a começar a reabrir. Vemos sinais encorajadores. Os bancos que têm acesso aos nossos mecanismos [de cedência de liquidez] não são na grande maioria os mesmos que o voltam a depositar no nosso mecanismo [de depósitos]», afirmou o responsável, numa conferência de imprensa em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.

Mario Draghi, citado pela Bloomberg, disse ainda que os empréstimos a três meses dados aos bancos europeus estão a chegar à economia, e que apesar do BCE esperar uma procura mais reduzida na próxima operação de cedência de liquidez a dois e três anos do que na primeira operação do género (quando foram emprestados 489 mil milhões de euros), esta «continuará a ser alta».

O responsável explicou que se começará a sentir cada vez maior impacto da liquidez dada pelo banco central à economia nas próximas semanas, e que o BCE está «relativamente satisfeito» com o efeito do seu primeiro empréstimo a três anos aos bancos europeus.

«BCE não vai comprar dívida eternamente»

Draghi acrescentou, no entanto, que as compras de dívida soberana no mercado secundário pela instituição «não são eternas, nem infinitas». Isto no dia em que se voltou a falar que a Zona Euro está à beira da recessão.

O responsável rejeitou ainda a ideia de que o banco central estará presente de forma definitiva no mercado secundário de dívida soberana através do Securities Markets Programme (SMP).

O responsável pela autoridade monetária adiantou não estar a par de planos para a criação de um sucessor para o SMP, um programa criado na sequência da crise da dívida grega em Maio de 2010, para actuar no mercado secundário e de forma indirecta ajudar a baixar os juros sobre a dívida soberana dos países em dificuldades.

Até ao final da semana passada, o BCE tinha em carteira 217 mil milhões de euros em títulos de dívida soberana.

O programa tem estado envolto em polémica desde a sua criação, levando mesmo o economista-chefe da instituição, o alemão Jürgen Stark, a demitir-se do cargo em oposição à continuação e aumento do volume de compras associados a este programa.
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