«Agências de rating estão totalmente descredibilizadas»

O Bloco de Esquerda disse esta quinta-feira que as agências de rating ficaram «totalmente descredibilizadas» após a eclosão da crise internacional em 2008, desvalorizando o corte de notação de Portugal levado a cabo hoje pela Fitch.

Para o deputado José Gusmão, o Governo e o PSD são culpados por «seguirem os conselhos das agências que ficaram totalmente descredibilizadas aquando da crise internacional» e que «agora vêm baixar o rating da dívida pública portuguesa».

«Os indicadores mostram que a política de austeridade do bloco central não só não resolveu nenhum dos problemas estruturais da economia portuguesa, que é a ausência de crescimento e o desemprego, nem impediu a quebra dos ratings», disse José Gusmão à Lusa.

Para o parlamentar do BE, as decisões orçamentais do Governo reúnem «o pior de dois mundos e portanto têm de ser alteradas».

PCP culpa «vergonhosa subordinação» aos mercados

A apontar o dedo ao Governo ficou também o PCP para quem o corte de rating a Portugal demonstra que «a vergonhosa subordinação» do Governo e do Presidente da República face à especulação que «não só não acalma a gula dos mercados como estimula a sua acção».

Em comunicado, o PCP considerou ainda que «o anúncio pela agência de notação Fitch do corte do rating de Portugal, alegadamente por dificuldades de financiamento do Estado português, constitui um novo passo na escalada de saque do capital financeiro» contra o país.

CDS «preocupado», mas não surpreendido

Já a deputada centrista Assunção Cristas disse à Lusa que a decisão da Fitch «é uma consequência do pouco interesse e da pouca importância dada ao descontrolo do endividamento por parte do Governo de Sócrates».

Assunção Cristas revelou-se «preocupada», mas admitiu que não ficou surpreendida com o corte do rating de Portugal.

[Notícia actualizada às 21h30]