Governo foi «desonesto» com os portugueses - TVI

Governo foi «desonesto» com os portugueses

A braços com um défice «monstruoso», Campos e Cunha não conseguia cumprir as promessas de Sócrates e bateu com a porta

Ex-ministro das Finanças de José Sócrates não poupa críticas às «asneiras» do Governo

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O Governo português foi politicamente desonesto por esconder da população a real situação do país. A acusação parte do antigo ministro das Finanças de José Sócrates, Luís Campos e Cunha.

«Até 20 de Setembro Portugal, oficialmente, estava no melhor dos mundos. As pessoas que acreditaram no Governo não tomaram medidas, não pouparam. Não foi uma maneira honesta do ponto de vista político», disse Campos e Cunha em Maputo, citado pela Lusa, numa conferência que assinalou os 15 anos do banco Millennium Bim, detido maioritariamente pelo Millennium BCP. O encontro debateu a «Pobreza e Desenvolvimento Económico».

Vamos com «dois anos de má política orçamental»

Ao discursar sobre a «política cambial e orçamental: o futuro começa hoje», Campos e Cunha avisou que Portugal fez «asneiras». O país está «numa situação muito complicada» em resultado de «dois anos de má política orçamental», com os mercados a não acreditaram hoje que Portugal tenha capacidade para pagar no futuro as dívidas actuais.

E frisou que a situação de crise actual só não é de crise cambial porque o país está na Zona Euro. Depois citou um estudo que mostra que quanto mais altas são as dívidas públicas mais baixo é o crescimento.

«Um Estado endividado é um Estado fraco, que negoceia em estado de necessidade e não consegue impor condições. É um Estado incapaz de fazer o que só ao Estado compete, como administrar a justiça, as infra-estruturas, a educação, a segurança. Não é capaz porque não tem dinheiro. Também é injusto porque não pode socorrer os mais fracos, só os ricos se podem dar ao luxo de ter um Estado fraco».

Nesse caso «o Estado torna-se um problema, atrapalha o país: Pior é que «estou a falar do meu país», embora existam outros países nas mesmas condições.

Como contornar o problema? Resolve-se controlando as contas públicas, explicando e sendo claro nas medidas, «com objectivos bem definidos e justificados» e com medidas que afectem todos, não cedendo a lobbies.

Campos e Cunha especificou que, numa primeira fase, tem de haver aumento de impostos, acrescentando que a seguir «o que conta é a redução da despesa», com cortes horizontais e verticais - neste caso um dos caminhos é extinguir institutos dentro de um ministério.

E tem «de se avisar as pessoas de que vai doer».

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