China cresce quase 10% até Março

A China cresceu 9,7% até Março deste ano. A segunda maior economia do mundo manteve assim a média do último semestre de 2010, mas a inflação excedeu o teto de 4% preconizado pelo governo chinês.

«A economia nacional teve um bom começo, com um firme e relativamente rápido crescimento», disse um porta-voz do Gabinete Nacional de Estatísticas da China ao apresentar esta sexta-feira os indicadores económicos do primeiro trimestre do ano.

Entre Janeiro e Março, o Índice de Preços no Consumidor (IPC), um dos principais indicadores da inflação na China, subiu 5% e só no último mês a subida chegou aos 5,4%. É a maior escalada em quase três anos.

O aumento de preços foi especialmente acentuado nos produtos alimentares e no sector imobiliário: 11% e 6,%, respectivamente.

Há cerca de um mês, o primeiro-ministro, Wen Jiabao, apontou «o controlo da inflação em torno dos 4%» como «uma das principais metas do Governo» em 2011, mas alertou que a tarefa era «difícil». «A inflação é como um tigre: depois de libertado é difícil faze-lo regressar à jaula».

Para 2011, o Governo preconizou um crescimento do PIB de «cerca de 8%», menos 1,7 pontos do valor registado no primeiro trimestre e também aquém dos 9,6% previstos para o conjunto do ano por várias instituições internacionais.

O primeiro-ministro prometeu também «acelerar a transformação do paradigma de desenvolvimento económico» da China, através da «expansão do consumo interno».

Pelas estatísticas divulgadas hoje, as vendas a retalho na China, um dos principais indicadores do consumo interno, aumentaram 16,3% no primeiro trimestre do ano.

A produção industrial e o investimento em património fixo também aumentaram: 14,4% e 25%, respectivamente.

Desde o início da política de «Reforma e Abertura», há três décadas, a economia chinesa cresceu em média cerca de 10% ao ano, um resultado considerado «inédito na história da Humanidade».

O PIB chinês per capita continua, no entanto, abaixo dos 4.500 dólares, representando cerca de metade da média mundial, e está desigualmente distribuído.

Em Xangai, a «capital económica da China», com mais de 20 milhões de habitantes, o valor do PIB ronda os 13.000 dólares ¿ menos do que a média da União Europeia (32.900 dólares), mas sete vezes mais do que a província de Guizhou, sudoeste do país.