Eurogrupo faz «ultimato» a Itália

O Eurogrupo espera «até ao final da semana» que a Itália responda a questões colocadas sobre as reformas que o país se comprometeu a fazer para conter a dívida soberana, isto numa altura em que os juros do país já estão num nível considerado insustentável.

«Enviámos um questionário na semana passada e esperamos que o Governo de Itália responda a estas perguntas específicas no final desta semana», disse o comissário europeu dos Assuntos Económicos, Olli Rehn, no final da reunião do Eurogrupo em Bruxelas, que reuniu na segunda-feira os ministros das Finanças dos 17 da Zona Euro.

A Comissão Europeia enviará na terça-feira, ou «quarta-feira o mais tardar», uma missão técnica a Milão com o objectivo de assegurar que o país toma as medidas a que se comprometeu recentemente, e que visam o crescimento económico e a criação de emprego.

O ministro das Finanças de Itália teve de abandonar o Ecofin desta terça-feira precisamente por causa da crise política que se vive em Itália.

No final de Outubro, o primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, chegou a um acordo com a Liga do Norte, parceira na coligação governamental, acerca das reformas económicas exigidas pela União Europeia, e que contemplavam, por exemplo, o aumento da idade de aposentação.

O país está no centro das atenções dos especuladores desde o Verão, com os operadores no mercado a duvidarem da capacidade do governo de Berlusconi de aplicar os dois planos de austeridade, adoptados em Julho e em Setembro, e o pacote de reformas económicas prometido à União Europeia no final de Outubro.

Itália voltou a estar em destaque negativo nas bolsas e nos juros da dívida, que atingiram o valor mais alto de sempre desde a entrada do país no euro, ao mesmo tempo que circularam rumores nos mercados de que Berlusconi estaria para se demitir. O próprio já veio negar, no seu Facebook, essas especulações, «desprovidas de qualquer fundamento».