«Aquilo a que assistimos nos mercados financeiros é um ataque especulativo ao euro no seu conjunto. Um ataque que não tem fundamento económico e que representa um desafio para a União Europeia e para a Zona Euro». As palavras são do primeiro-ministro, que esta sexta-feira foi ao Parlamento para o debate quinzenal sobre a crise da economia nacional.
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José Sócrates disse que Portugal foi mais um alvo desse ataque especulativo e que se repercutiu na situação de «turbulência» vividas durante esta semana e que culminou no corte do rating da República Portuguesa por parte da casa de notação financeira Standard & Poors.
«O melhor que Portugal pode fazer é dar razões concretas de capacidade para resolver a crise económica e é isso que vamos fazer. E vamos fazer desde já», sublinhou o primeiro-ministro no hemiciclo.
Mas as restantes bancadas questionam a reacção do Governo perante essa onda de especulação.
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«Antes da turbulência financeira desta semana já o país tinha o défice, o desemprego e o endividamento excessivo. Não ignorei nem desconheci os efeitos da crise financeira que nos estão a fustigar, mas não há nenhuma razão ao ataque especulativo sobre Portugal. Nós não somos iguais à Grécia», disse Miguel Macedo, o novo líder parlamentar da bancada social-democrata.
Também Francisco Louçã não poupou críticas: «Na semana onde há ataques especulativos por parte de gangues financeiros, o Governo vai dizer que a culpa é dos desempregados? Isto é uma campanha negra contra os desempregados».
Uma reacção em linha com a do líder comunista, Jerónimo de Sousa, que aproveitou o tempo para si reservado no debate quinzenal para acusar o Governo de responder à crise com corte nas prestações sociais, ao mesmo tempo que deixa de lado a tributação de mais-valias das empresas SGPS e da banca.
Preocupado com as prioridades do Governo esteve também o presidente do CDS que voltou a atacar os grandes investimentos projectados para Portugal.
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No discurso de encerramento do debate quinzenal, José Sócrates reiterou que nenhum ataque especulativo o vai retirar do seu caminho: «O Governo vai fazer tudo o que for necessário para corrigir as contas públicas».
«É preciso sangue frio e poucos nervos», disse o primeiro-ministro voltando a manifestar «total confiança no PEC».
«Este ataque é um ataque ao projecto europeu», concluiu José Sócrates, num discurso que mereceu um aplauso da bancada socialista.
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Portugal está mesmo a ser alvo de especulação?
- Ana Rita Leça
- 30 abr 2010, 12:42
José Sócrates fala em «ataque especulativo ao projecto europeu», mas a Oposição critica as respostas dadas pelo Governo
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