Famílias com desempregados disparam. É o maior valor da década - TVI

Famílias com desempregados disparam. É o maior valor da década

Gráfico

416 mil pessoas integram agregados onde nenhum dos elementos tem trabalho

Relacionados
Se as previsões para este ano já não são animadoras, os dados que reflectem as repercussões do desemprego nas famílias são ainda mais pessimistas. No final de 2009, 416 mil pessoas, com idades entre os 18 e os 59 anos, integravam agregados familiares em que nenhum dos elementos tinha trabalho. Estamos perante o valor mais alto da última década.

Governo: descida do desemprego pode só chegar no 2º semestre

FMI prevê o pior: mais desemprego, menos crescimento

O Fundo Monetário Internacional (FMI) já alertou para um aumento da taxa de desemprego ainda este ano (espera que atinja os 11%). E os dados do Instituto Nacional de Estatística, a que o «Diário de Notícias» teve acesso, vêm alertar para um quadro igualmente negro, mas que ganhou raízes há mais tempo.

Desde o espoletar da crise económica, em 2008, são mais 75 mil as pessoas inseridas em famílias sem emprego. A análise da situação relativa aos últimos seis meses do ano passado, feita pelo investigador do Banco de Portugal, Nuno Alves, esclarece eventuais dúvidas: mais de um quinto das famílias portuguesas tinha dois ou mais elementos no desemprego, no fecho de 2009, ou seja, 21% dos agregados. Isto significa que as famílias em situação de desemprego atingiram a proporção mais alta dos últimos 11 anos.

Fábricas fecham, famílias inteiras ficam na rua

Este problema afecta sobretudo famílias em que os elementos do agregado trabalhavam para a mesma empresa e que foram parar ao desemprego na mesma altura.

Quem está sem trabalho exercia funções sobretudo na indústria.

Houve famílias inteiras que ficaram na rua, segundo explicou ao mesmo jornal uma das responsáveis técnicas pela campanha «País Solidário». Daniela Costa disse que «muitos dos casos que nos chegaram são de famílias em que todos os elementos trabalhavam em fábricas que fecharam, principalmente no sector têxtil».

A região Norte é a mais afectada, mas a tendência está a espalhar-se por todo o país.

E os números actuais confirmam a existência de uma bola de neve: 571.754 pessoas estavam inscritas nos centros de emprego no final do mês passado, uma subida de quase 2% face a Fevereiro. Mais ainda, uma larga maioria (63,8%) está registada há menos de um ano.
Continue a ler esta notícia

Relacionados