OCDE: consolidação das contas deve ser prioridade nacional - TVI

OCDE: consolidação das contas deve ser prioridade nacional

Vieira da Silva

Ministro da Economia salienta ainda que previsões do desemprego prevêem diminuição da taxa para 2011

O ministro da Economia considerou que as previsões da OCDE para Portugal mostram a «necessidade de cumprir com rigor a estratégia de consolidação das contas públicas como condição para o desenvolvimento», que deve ser «uma verdadeira prioridade nacional».

Em declarações à Agência Lusa, Vieira da Silva disse que «a OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] aponta para a necessidade de Portugal cumprir com rigor a estratégia de consolidação das contas públicas como condição para o desenvolvimento», acrescentando que «esta mensagem está bem presente e corresponde a movimentos que estão a acontecer um pouco por toda a Europa, e é uma verdadeira prioridade nacional».

Nas previsões apresentadas esta quarta-feira, a OCDE considera que a economia portuguesa vai crescer 1 por cento este ano, abrandando para 0,8 por cento em 2011, e que o desemprego vai ficar nos 10,6 por cento este ano e nos 10,4 por cento no ano seguinte.

«Há sinais positivos», considerou o ministro da Economia, enfatizando que a OCDE «aponta para o valor mais alto de todas as estimativas, incluindo a do Governo, que é de 0,7 por cento [de crescimento este ano]».

Por outro lado, continua o governante, o relatório «dá grande ênfase à importância do desenvolvimento das exportações, o que é um aspecto muito positivo, porque um crescimento baseado nas exportações, que fica claramente acima das previsões do Governo, é uma forma de o crescimento ser mais sustentado e favorece mais a economia portuguesa».

Admitindo que «não deixa de estar ainda a sentir-se os efeitos da forte recessão que atravessou o mundo e a Europa em 2009», o governante afirmou que «a OCDE admite um recuo [no próximo ano] ao nível da procura interna, do consumo das famílias e do Estado e do investimento», mas garante que «a previsão tem menos certeza que a feita para este ano», e conclui que «cabe-nos a nós tentar» inverter a situação.

Emprego: dados não mostram «degradação»

O ministro da Economia disse ainda que a previsão de 10,6% de desemprego para este ano revela que não há uma «degradação da situação» e garantiu que o Governo mantém a previsão de 9,8 por cento para 2010.

«A previsão de desemprego é basicamente próxima da situação actual e aí já a OCDE admite uma diminuição em 2011.

Obviamente que é um valor elevado, em particular o de 2010, mas está em linha com a situação actual, portanto não aponta para um agravamento, o que, não sendo uma boa notícia, não é sinal de degradação da situação», disse o ministro da Economia, em declarações à agência Lusa.

Vieira da Silva disse que o Governo tem «a expectativa que a média anual fique abaixo dos valores actuais [10,6 por cento no primeiro trimestre], mas este é um valor que coincide com aquilo que se regista actualmente, e vai depender do desempenho da economia portuguesa fazer com que este valor seja mais baixo» no final do ano.
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