Alimentação: consumo cai até 17% com subida do IVA - TVI

Alimentação: consumo cai até 17% com subida do IVA

Hipermercado

Aumento de seis para 23 por cento prejudica indústrias nacionais, defende da federação do setor

A quebra do consumo no setor da alimentação pode chegar, em alguns casos, a 17 por cento, por culpa do aumento das taxas do IVA. A acusação partiu esta terça-feira do presidente da Federação das Indústrias Agro-Alimentares (FIPA), Jorge Henriques.



O responsável da FIPA adiantou que a retração do consumo resulta do efeito combinado do agravamento da carga fiscal sobre os produtos, mas também sobre a restauração e penaliza, sobretudo, bens como as bebidas de alta rotação (sumos, cervejas, águas e refrigerantes).

«O consumo que deixou de se fazer fora do lar não está a ser transferido para casa», notou Jorge Henriques, citado pela Lusa, salientando que as escolhas dos portugueses são motivadas pelo preço.

Um estudo da Deloitte realizado para a FIPA indica que a reclassificação das taxas de IVA pode significar menos 284 milhões de euros no consumo final de bens alimentares e a perda de 11 mil postos de trabalho até ao final do ano.

Por isso, Jorge Henriques está pessimista: «O reflexo das políticas económicas e a restrição do poder de compra das famílias vão sentir-se cada vez mais à medida que formos avançando no ano. Os primeiros três meses mostram uma quebra do setor agro-alimentar que anda em torno dos 5 por cento, havendo subsectores com quebras superiores a 12 por cento».

A FIPA está também preocupada com as dificuldades no acesso ao crédito, que condicionam as empresas exportadoras.

«Algumas das empresas do nosso setor têm-nos alertado dizendo que muitas das exportações que tinham asseguradas encomendas firmes podem ficar comprometidas se não houver dinheiro para a compra de matéria-prima».
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