Comércio reconhece: «Aumento do IVA era inevitável»

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços reconheceu esta segunda-feira que a subida do IVA provavelmente foi «inevitável», mas alertou para as consequências recessivas da medida, pois a maioria das empresas não terão capacidade para absorver o aumento.

«A medida é provavelmente inevitável face às pressões internacionais no sentido da correcção dos défices», afirmou o novo presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, João Vieira Lopes, em declarações aos jornalistas à saída de uma audiência com o Presidente da República, escreve a Lusa.

Empresas vão investir menos

Adiantando que uma das matérias em discussão no encontro com Cavaco Silva foi precisamente as preocupações da Confederação fase à situação económica e as «medidas recessivas» que foram tomadas recentemente, João Vieira da Silva alertou para o facto da subida do IVA atingir todo o tecido empresarial.

«A maior parte das empresas de comércio não tem capacidade para absorver esse aumento do IVA e as que tiverem capacidade para o absorver na prática vão reflecti-lo a montante, na indústria e na agricultura», referiu.

Por isso, continuou, a subida deste imposto «vai ter de facto consequências recessivas».

«Não tanto por ser só um por cento, mas por todo o ambiente psicológico que se cria em torno destas medidas que vai levar as empresas a investirem menos e isso vai ter consequências a curto e médio prazo», sublinhou.

No âmbito do pacote de medidas de austeridade proposto pelo Governo, PS e PSD aprovaram a semana passada o agravamento em um por cento de todas as taxas de IVA.