EDP erra na contagem da luz e lucra três milhões - TVI

EDP erra na contagem da luz e lucra três milhões

Denúncia parte da DECO. Cerca de 480 mil clientes foram prejudicados. EDP fala em apenas 30 mil

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Notícia atualizada às 17h25 com reação do regulador

A EDP errou na contagem da eletricidade de cerca de 480 mil consumidores com tarifa bi-horária ou tri-horária e acabou por cobrar mais de três milhões de euros indevidamente, segundo a Associação para a Defesa dos Consumidores.

A EDP admitiu ao «Correio da Manhã» que apenas 30 mil clientes foram lesados por erros de precisão do relógio e software, e que as anomalias estão a ser corrigidas.

A ilação da DECO foi tirada através de um estudo realizado entre março e abril a 165 habitações com multitarifa de 48 concelhos em Portugal Continental, depois de a associação ter recebido dezenas de reclamações dos consumidores, segundo o mesmo jornal.

Resultado: alguns consumidores estavam a pagar mais do que deviam porque os contadores não estavam a funcionar com a data e/ou hora corretas.

A DECO chegou a constatar diferenças de 30 minutos, uma hora e até duas horas nos contadores, em relação à hora real, o que acabou por fazer com que os clientes estivessem a pagar mais quando, na verdade, deviam estar a usufruir, nesse período, da tarifa mais baixa.

«Entendemos que se trata do cumprimento defeituoso do contrato, razão pela qual os consumidores devem ser indemnizados pelo que pagaram a mais na hora de cheio e que devia ter sido cobrado na hora de vazio», disse ao CM a adjunta do secretário-geral da DECO, Ana Tapadinhas.

A associação pretende ainda que a EDP proceda à retificação dos contadores e que seja realizada uma auditoria independente aos mesmos pelo regulador.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) garantiu já que os consumidores afetados por anomalias técnicas nos contadores de eletricidade vão ser compensados pela EDP.

A ERSE explicou que, «na sequência de um estudo efetuado, no final de 2011 e início de 2012, detetou um conjunto de anomalias nos respetivos relógios», que remeteu uma para o conselho tarifário há cerca de duas semanas, que será analisada esta tarde, segundo apurou a Lusa.

O regulador acrescentou que aguarda o referido parecer «para tomar, logo de imediato, uma decisão final sobre os procedimentos que devem ser seguidos».
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