Patrões não afastam corte nos salários - TVI

Patrões não afastam corte nos salários

Pinto Coelho admite que, em nome da competitividade das empresas, a redução das remunerações pode ser «uma saída a curto prazo»

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Perante a falta de competitivdade das empresas e os níveis elevados de desemprego, cortar nos salários «pode ser uma saída a curto prazo». Quem o diz é o patronato, que esta quarta-feira propos ao Governo a adopção de medidas transitórias, salientando ainda a necessidade de «liberalizar mais» a contratação e o despedimento.

Em nome das confederações da indústria, do turismo, do comércio e dos agricultores, o presidente da Confederação do Turismo, Carlos Pinto Coelho, disse que as confederações defenderam junto do Governo «reformas estruturais obrigatórias para fazer face à situação económica do país dos últimos três anos».

Mas aos jornalistas admitiu que a redução dos salários pode ser «uma saída a curto prazo».

A esta ideia juntam-se outras, como a diminuição do risco de empregar pessoas. Noutros países, lembrou, é mais fácil contratar e despedir pessoas, tendo transmitido também a ideia de que, como «já foi muita gente despedida», a prioridade deve ser «criar condições para os empresários voltarem a ter coragem para empregar gente», defendeu o porta-voz das confederações patronais à saída de uma reunião com o Governo, para preparar a reunião do Conselho Europeu no final desta semana.

«Os custos unitários de trabalho [relação do salário com a produtividade] e os custos de eletricidade e água estão muito altos. As nossas empresas, com estes custos, não estão em condições de competir com vantagens com o exterior e assim criar emprego. É preciso rever as bases da competitividade, nomeadamente os custos da mão de obra», afirmou Pinto Coelho, não afastando a hipótese de ser criada uma legislação transitória.

As confederações querem reunir com os sindicatos para rever os acordos que estão em vigor neste momento. «Vamos fazer propostas concretas para um período de dois a três anos», disse o responsável, acrescentando que «não podemos ter 600 mil desempregados e não ter perspectivas de melhorar para o próximo ano».

Em resposta, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, disse que o Governo está aberto a discutir, em sede de concertação social, «orientações para fazer face às dificuldades» das empresas, aumentando a competitividade.

«O Governo está aberto a discutir [com os parceiros sociais] orientações para fazer face às dificuldades e debater as propostas que permitam tornar mais competitivas as empresas portuguesas e a economia», afirmou o ministro, no final da reunião.
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