Portagens no IC 19 e CRIL: é para levar a sério?

A possibilidade de virem a ser introduzidas portagens nos itinerários principais (IP) e complementares (IC) por todo o país, o que inclui troços com elevada densidade de tráfego, como o IC19 e a CRIL, está lançada. E a polémica também.

A notícia foi inicialmente avançada pelo «Jornal de Negócios». O jornal cita fonte oficial da Estradas de Portugal, dizendo que a empresa quer portajar algumas destas estradas. «A empresa considera que, desta forma, seria reforçado o princípio do utilizador-pagador e se aumentava a sustentabilidade do modelo de financiamento rodoviário», lê-se no jornal.

As reacções não se fizeram esperar. Os utentes consideraram que só pode tratar-se de uma piada de mau gosto, especialmente porque a notícia surge na mesma semana em que os preços dos transportes públicos aumentaram em média 15%. Também os autarcas da região deixaram claro que a população não vai aceitar esta ideia. E mais: prometem ficar ao lado dos cidadãos nos forte protestos que já se antevêem.

Depois de a polémica estalar, a Estradas de Portugal decidiu emitir uma nota esclarecendo que não há nenhuma decisão tomada sobre esta matéria nem intenção de portajar os dois polémicos trajectos. A empresa sublinha que estava a referir-se a um «princípio em geral» e não a uma intenção concreta. Um princípio que se aplica a «todas as vias com características semelhantes às das auto-estradas» e não especificamente o IC19 e a CRIL.

O Governo não comenta o assunto, apesar de caber à tutela a decisão de portajar os troços e não à empresa concessionária.