Seguros automóveis vão ficar mais caros. «É inevitável» - TVI

Seguros automóveis vão ficar mais caros. «É inevitável»

Viagem de Negócios

Aumento da sinistralidade e do IVA vão ditar aumentos nos prémios, diz a Axa Seguros

«É inevitável» que o mercado segurador proceda a uma subida dos prémios automóvel no ano que vem. Tudo por causa do aumento da sinistralidade, das esmagadas margens e do impacto do IVA. Quem o diz é o presidente da Axa Seguros.

Assim, para além do «aumento do IVA e logo um impacto ainda significativo (...), a sinistralidade já é muito elevada e parece que, de alguma maneira, o mercado e a sociedade em geral, esqueceu um pouco a problemática dos custos directos e indirectos que ressaltam da implementação de políticas ligadas à prevenção e à segurança. O [aumento do prémio] automóvel, na minha opinião, passa muito por aí e passa também por uma degradação do preço, que veio a cair vertiginosamente», disse João Leandro, em entrevista à agência Lusa.

Mesmo tendo em conta que na Axa a política vai ser, segundo diz, tentar reter «os melhores clientes», a seguradora terá que «proceder a alguma rectificação de tarifas quer no automóvel quer nos seguros de Acidentes de Trabalho». É que «o mercado também não pode escapar a isso, pois por mais que se tenha uma visão optimista o mercado está com uma rentabilidade técnica negativa».

2011 vai ser ano difícil para as seguradoras

A Axa Portugal estima fechar o ano com um resultado semelhante ao de 2009, entre 17 a 18 milhões de euros, o mesmo que espera poder vir, pelo menos, a alcançar também em 2011, embora anteveja um ano difícil.

«Não é difícil adivinhar como é que está a correr 2010. Direi que o temos de dividir em duas partes: na área Vida está a correr razoavelmente bem, estamos até a superar os nossos objectivos fruto de uma aposta sobretudo no mercado de protecção, mas direi que com um crescimento inferior ao mercado em termos de volume de prémios».

Na área Não Vida, continua, «se tivermos em conta que nos últimos dez anos não há praticamente crescimento no mercado do sector segurador - e que mais uma vez este ano o crescimento é completamente flat - a Axa está ligeiramente melhor em termos de volume de prémios, com crescimento positivo na ordem de 1,5 a 1,7%».

Axa reduz custos até 5 milhões

O ano que vem vai ser de aperto, o que a obrigará a uma redução de custos na empresa, entre 4 milhões de euros a 5 milhões, com vários cenários em aberto.

A empresa vai ainda estudar a eventual venda da Caixa Seguros, caso o Governo se decida por esta opção.

«O Grupo Axa continua a olhar para Portugal como um mercado em dificuldades, mas rentável. A nossa estratégia é claramente em Portugal, tal como o é em Espanha ou em Itália, a procura permanente de rentabilidade superior».

Não há restrições à compra de dívida portuguesa

No que diz respeito à política de aplicações financeiras com dívida portuguesa, «não há uma orientação do Grupo no sentido de comprar dívida [quer portuguesa, grega, ou irlandesa, por exemplo], mas também não há uma orientação para não comprar essa dívida. Creio que a partir daqui isto deixa à nossa direcção financeira [em Portugal], à nossa área de investimentos, uma multiplicidade de escolhas».

«Se me pergunta se a Axa Portugal está proibida de comprar dívida portuguesa, por exemplo, digo-lhe que não e, portanto, penso que isso responde para além da pergunta que me colocou».
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