A participação das mulheres no mercado de trabalho português aumentou nos últimos anos. Mas a verdade é que elas ainda ganham em média menos 18% (181 euros) do que os homens. É pelo menos esta a conclusão de um estudo da CGTP, elaborado com base em dados do INE, a que a Lusa teve acesso.
De acordo com o documento que vai hoje servir de base de discussão a uma conferência sobre a desigualdade entre homens e mulheres, a taxa de actividade feminina é de 56%, menos 11,9 pontos percentuais do que a taxa de actividade masculina, que é de 67,9%.
Em Portugal, as mulheres representam 47,3% da população activa e 47% do emprego total.
No entanto, a remuneração base média mensal dos homens (1.003,7 euros) era no ano passado superior em 18% à das mulheres (822,7 euros).
Se o referencial for o ganho médio mensal e não o salário base, então a diferença ainda é maior, de 21,6%.
Diferenças por sectores
O sector da saúde e do apoio social é aquele onde a diferença salarial é maior (33,5%). Em média, os homens ganham 1.202,05 euros e as mulheres 798,91 euros. São menos 403,14 euros.
A discrepância é menor no sector do comércio. Os homens ganham em média 1.122,03 euros por mês, enquanto as mulheres auferem 910,29 euros, o que corresponde a menos 19%(211,74 euros).
São também as mulheres que representam a maioria dos trabalhadores que auferem o Salário Mínimo Nacional - 12,3%, enquanto para os homens essa percentagem é de 5,9%.
As diferenças salariais repercutem-se depois nas pensões de reforma: as das mulheres são pouco mais de metade das dos homens. Em Janeiro deste ano, a pensão média de velhice das mulheres era de 304 euros; a dos homens era de 516.
A maioria das mulheres está empregada no sector dos serviços (74%), seguindo-se a indústria, construção, energia e água (16%). Depois, vem a agricultura e a pesca (10,3%).

Trabalho: mulheres ganham menos 180 euros
- Redação
- VC
- 24 mar 2011, 12:38

São cada vez em maior número as mulheres que estão no mercado de trabalho. Mas desigualdades salariais continuam
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