Mais 40 trabalhadores com salários em atraso - TVI

Mais 40 trabalhadores com salários em atraso

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Funcionários da empresa Ricel não receberam vencimento de Janeiro e Fevereiro

São os efeitos da crise: cerca de 40 trabalhadores da empresa Ricel, de Porto de Mós, têm os salários de Janeiro e Fevereiro em atraso. E ainda não receberam também o subsídio de Natal de 2009, segundo disse esta quarta-feira à Lusa fonte da unidade fabril.

A situação, que afecta os funcionários do setor da produção, deve-se à «crise» e à pressão da «banca». A mesma fonte adiantou que a Ricel, indústria de pré-fabricados de betão e cerâmica, «também está com dificuldades» em receber dos clientes.

«Temos o caso de uma empresa que tinha um grande peso na nossa que está insolvente», exemplificou. No entanto, assegurou que «as encomendas têm aumentado».

Mais: todos os pagamentos aos trabalhadores relativos ao ano de 2010 estão regularizados, prevendo-se, ainda este mês, pagar o mês de Janeiro último.

«Estamos a fazer um esforço nesse sentido». Há a esperança de que esta situação seja «momentânea», mas a responsável admite que a Ricel enfrenta dificuldades «há sensivelmente um ano».

Trabalhadores já fizeram greve

A situação dos salários em atraso levou os trabalhadores a fazerem greve, na segunda-feira, e empresa não sabe se o protesto se vai repetir. «Formalmente não fomos informados, não temos pré-aviso de greve».

O coordenador da União dos Sindicatos do Distrito de Leiria (USDL), José Fernando, disse à Lusa temer o encerramento da empresa.

«Esta situação não é de agora, pelo menos há dois anos a empresa paga, com grandes dificuldades, os salários». José Fernando disse que a preocupação é maior atendendo ao facto de a unidade estar sediada num concelho onde se tem «acentuado o desemprego».

Problema foi parar ao Ministério do Trabalho

A situação na empresa de Porto de Mós levou hoje o deputado do Bloco de Esquerda eleito pelo Círculo Eleitoral de Leiria, Heitor de Sousa, a questionar o Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.

O parlamentar quer saber se o ministério tem conhecimento da «situação repetida de salários e de outras remunerações em atraso» na Ricel e se vai recomendar a intervenção imediata da Autoridade para as Condições do Trabalho.

Heitor de Sousa pretende ainda explicações sobre se a empresa cumpre todos os requisitos legais para o exercício da actividade na área da higiene e segurança, ambiente e dos direitos sindicais e laborais.
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