Reestruturamos dívida ou ficamos dependentes - TVI

Reestruturamos dívida ou ficamos dependentes

Economist Intelligence Unit ainda acredita num financiamento intercalar

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A unidade de estudos económicos da «The Economist» diz que Portugal terá mesmo de reestruturar a sua dívida. A alternativa é ficar dependente de ajuda externa por muitos anos e muito além do período previsto pelas autoridades europeias.

Citada pelo «Jornal de Negócios», a Economist Intelligence Unit (EIU) diz que «a decisão de pedir ajuda marca apenas o início de um processo de ajustamento extremamente doloroso e demorado». E avisa que esse processo, de consolidação orçamental, «vai ser severo», sendo de antecipar «contestação social».

Para esta unidade, a questão agora é saber se «os contribuintes portugueses» terão capacidade para «pagarem totalmente o crescente endividamento do Estado, no longo prazo», o que faz com que permaneça um «risco elevado» de incumprimento ou reestruturação da dívida.

«O endividamento de Portugal pode aumentar rapidamente para níveis insustentáveis, aumentando a perspectiva de uma reestruturação de dívida pública no futuro», dizem.

Portugal vai tentar negociar com as entidades externas uma taxa de juro semelhante às que estão a ser cobradas à Grécia e à Irlanda (na casa dos 5 a 6%), mas, avisa a EIU, os restantes países, como a Alemanha, deverão «endurecer as negociações», ou seja, tentar dificultar-nos a vida.

Ao contrário do que têm dito a Comissão Europeia e o FMI, os economistas da IEU acreditam que ainda é possível uma ajuda intercalar, mesmo que seja sob uma denominação diferente, uma vez que este tipo de financiamento não acolhe grande apoio no seio da União Europeia e que Portugal está à beira de eleições legislativas, algo que retira legitimidade ao Governo de José Sócrates quando se fala de negociar.
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