Sócrates espera que ajuda à Irlanda acalme os mercados - TVI

Sócrates espera que ajuda à Irlanda acalme os mercados

Sócrates convencido da manutenção do comando de Oeiras

Especulação «não tem nenhum sentido»

[Notícia actualizada às 14h42]

O primeiro-ministro espera que a decisão da Irlanda de recorrer à ajuda externa trave «a especulação» e «acalme» os mercados, insistindo que não há relação entre os problemas financeiros irlandeses e os portugueses, escreve a Lusa.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas no Parque das Nações, no final da sessão sobre os resultados de Portugal em 2009 em termos de potencial científico.

Para o primeiro-ministro, o recurso da Irlanda à ajuda externa para solucionar a sua crise financeira deve ter como consequência «uma acalmia dos mercados, parando com a especulação, que não tem nenhum sentido».

Vamos investir na dívida irlandesa

O primeiro-ministro adiantou ainda que Portugal vai comprar dívida irlandesa, tal como aconteceu com a Grécia. E criticou as correntes que pretendem «humilhar» os Estados-membros europeus que recorrem à ajuda externa.

A operação que será realizada com Dublin «não se tratará de qualquer ajuda». «Não há ajuda à Irlanda, nem houve ajuda à Grécia, porque isto é um investimento, porque o fundo europeu compra dívida desses países. Ora, quando se compra dívida, está a fazer-se um investimento nos países, que pagam juros».

Esse investimento, diz Sócrates, será feito «em defesa do euro, defendendo a estabilização da moeda única» que «é uma conquista». O primeiro-ministro não está, por isso, «disposto a abdicar dela» e, por isso, garantiu, «farei tudo para a defender».

Sobre os países que recorrem à ajuda externa, José Sócrates não tem dúvidas que «esses povos vão estar à altura das circunstâncias. Os irlandeses têm boas razões para dizer que honram as suas dívidas, tal como os gregos. Ninguém vai ficar a dever nada a ninguém - e é preciso lembrar isso».

«Portugal não precisa de ajuda de ninguém»

Em termos nacionais, o primeiro-ministro disse não ter «nenhuma dúvida de que a confiança regressará aos mercados». E reiterou, uma vez mais, que «Portugal não precisa de ajuda de ninguém e vai resolver os seus problemas, recorrendo às suas próprias decisões».

Neste contexto, lembrou as medidas de austeridade inseridas no Orçamento do Estado para 2011, «medidas muito difíceis para os portugueses, em que haverá um ajustamento orçamental muito exigente».

«Os portugueses sabem que o Governo está disposto a fazer tudo aquilo que deve para proteger o país. Nós não precisamos da ajuda de ninguém, só precisamos do esforço e da contribuição dos portugueses».
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