Merkel com pouca margem para ajudar Sócrates - TVI

Merkel com pouca margem para ajudar Sócrates

Merkel, Barroso e Sócrates

Mostrar demasiada generosidade perante países periféricos seria afrontar eleitorado

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Face à desconfiança da opinião política quanto a ajudas a países do euro em dificuldades financeiras, e às reticências do parceiro de coligação, os liberais, a chanceler Angela Merkel tem escassa margem de manobra para concessões a Portugal.

A maratona eleitoral deste ano, com sete escrutínios em outros tantos estados federados - o primeiro, em Hamburgo, há semana e meia, redundou numa clara vitória para a oposição social-democrata - é outra condicionante para a dirigente democrata cristã, que recebe o primeiro-ministro português na quarta-feira à tarde.

Sobretudo as eleições em Baden-Wuerttemberg, um dos «laender» mais ricos da Alemanha, onde os conservadores estão no poder há 57 anos, mas se arriscam a ter um desaire, a 27 de Março, constituem uma apreciável dor de cabeça para a chanceler, escreve a Lusa.

Neste cenário, já de si complicado, mostrar demasiada generosidade perante os chamados países periféricos, incluindo Portugal, seria afrontar o seu próprio eleitorado e o partido-charneira do Governo, os liberais, que têm sido inflexíveis neste matéria, e já criticaram fortemente Merkel por ter abdicado de sanções automáticas contra os que têm um défice orçamental excessivo.

Alemães contra aumento do fundo europeu

Como se as preocupações já existentes não bastassem, o ministro mais popular do governo de centro-direita, Karl-Theodor zu Guttenberg, demitiu-se esta terça-feira, na sequência de acusações de plágio na sua tese de doutoramento, obrigando Merkel a ter de resolver mais um problema interno, e a tentar arranjar um substituto à altura para a importante pasta da defesa.

No plano da política europeia, os partidos da coligação acabam de se pôr de acordo para apresentar uma moção no Parlamento, a 17 de Março, opondo-se claramente ao aumento do fundo europeu de estabilização financeira (EFSF) e do seu sucedâneo partir de 2013, o Mecanismo de Estabilização Financeira (ESM).

Além disso, rejeitam a hipótese de tanto o actual como o futuro mecanismo servirem para comprar dívida soberana dos países do euro em dificuldades, ou para lhes conceder empréstimos em condições melhores do que as dos mercados de capitais.
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