CGTP pede aos portugueses que reajam em dia de «apertar o cinto»

O líder da CGTP, Carvalho da Silva, apelou esta quinta-feira aos portugueses para que reajam «mais forte» no dia em que a subida dos impostos «apertou o cinto».

«Hoje é um dia de reflexão e de uma decisão mais forte para a acção. Temos acções marcadas para 08 de Julho, para continuar a dar expressão à indignação e ao protesto das pessoas, mas também para combater amorfismos e submissões. Hoje, que estamos a apertar o cinto, devemos sentir isso e reagir mais forte», declarou aos jornalistas, à saída de uma reunião com Cavaco Silva.

Carvalho da Silva salientou que a CGTP vai continuar «a fazer todos os esforços para mobilizar a sociedade portuguesa» e que esta foi uma das ideias que transmitiu ao Presidente da República.

O líder sindical falou também sobre o desemprego e a precariedade, considerando que estão «a provocar alterações de comportamento na sociedade e a criar regressão de valores e de condições de funcionamento da sociedade que podem tornar-se perigosas a prazo», escreve a Lusa.

Escusando-se a responder directamente se Cavaco Silva fez bem em promulgar o chamado PEC II, Carvalho da Silva disse que «há outros espaços onde cortar» e que há «discussões» a fazer sobre a estrutura do orçamento de estado.

«Há cortes que se podiam fazer em vez de se cortar nos mais pobres, como, por exemplo, o combate à economia clandestina que mobiliza 35 mil milhões de euros por ano e que poderia produzir efeitos sobre o Orçamento do Estado muito mais significativos do que os cortes na protecção social dos portugueses», exemplificou.

O dirigente da CGTP alertou ainda o Presidente da República para o enfraquecimento da negociação colectiva e o «prejuízo» que acarreta para o país, resultante «do desequilíbrio que se cria na distribuição e valorização do trabalho».