Chipre pede ajuda financeira à Europa - TVI

Chipre pede ajuda financeira à Europa

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Objetivo é ajudar o sistema financeiro, penalizado pela exposição à dívida grega

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[Notícia atualizada às 19h]

É mais uma peça no dominó da crise. O Chipre pediu esta segunda-feira ajuda financeira à União Europeia, escreve a Reuters. Segundo a edição online do jornal «InCyprus», a Fitch avança que, apenas para a recapitalização da banca, o país possa precisar de 4 mil milhões de euros, o equivalente a 23% do PIB.

A necessidade de um resgate já tinha sido admitida há umas semanas pelo país, depois da performance das medidas orçamentais ter ficado aquém do esperado na primeira metade do ano e com o sistema financeiro penalizado pela crise no crédito habitação e pela exposição à dívida grega.

Esta manhã, a Fitch cortou o rating do Chipre em um nível, para «BB+», colocando-o na categoria de «lixo especulativo».

Horas depois, o governo cipriota tornava oficial os rumores das últimas semanas.

«O objectivo do pedido de assistência é conter os riscos para a economia cipriota, nomeadamente os riscos decorrentes dos efeitos negativos para sector financeiro, devido à elevada exposição à economia grega», lê-se no comunicado do executivo enviado às redações.

Por saber está agora o valor do montante que, segundo alguns responsáveis políticos, deverá oscilar entre os 5 e os 10 mil milhões de euros. Só a banca deverá precisar de 1,8 mil milhões até 30 de junho para corresponder às regras dos reguladores europeus. O foco das atenções está virado para o Cyprus Popular Bank, o segundo maior banco do país, cujas contas estão gravemente penalizadas pela «má dívida grega».

Nas últimas semanas, gerou-se a expetativa de Chipre pedir um empréstimo bilateral entre os 3 e os 5 mil milhões de euros à Rússia ou à China, e de pedir um empréstimo adicional à Zona Euro exclusivamente para recapitalizar os bancos - à semelhança do que fez hoje a Espanha.

Já em 2011, Chipre negociara com a Rússia um empréstimo de 2500 milhões euros a uma taxa de juro reduzida.

O objetivo seria evitar que Chipre tivesse de se submeter a um programa semelhante ao da troika. No entanto, essa expetativa gorou-se, e o Governo de Nicósia não conseguiu até agora negociar um empréstimo com nações extracomunitárias.

O Chipre, membro da Zona Euro desde 2008, torna-se assim o quinto país a pedir um resgate depois da Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha.
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