Europa disposta a negociar prazos de reformas na Grécia - TVI

Europa disposta a negociar prazos de reformas na Grécia

Eurogrupo e Alemanha avisam que não podem ser feitas alterações substanciais aos compromissos assumidos por Atenas junto da troika

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A Europa está disposta a discutir os prazos necessários para a aplicação das reformas na Grécia, mas não está aberta a alterar na essência o programa de austeridade com que o país se comprometeu. Mais tempo sim, mas menos austeridade não.

Esta é a mensagem que passa de todas as declarações políticas feitas até agora, em face dos resultados das eleições gregas deste domingo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Guido Westerwelle, foi claro: «Não pode haver alterações substanciais aos compromissos» assumidos pela Grécia para o programa de reformas, disse o ministro, em declarações à televisão pública ARD. «Mas posso imaginar que vamos debater novamente os prazos».

Para justificar esta flexibilidade, Westerwelle sublinhou que a Grécia conheceu «uma paralisia política nestas últimas semanas devido às eleições».

«O importante é que seja formado um governo pró-europeu que não ponha em causa tudo o que foi negociado», disse.

Tal como o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, a própria chanceler alemã, Angela Merkel, felicitou telefonicamente o vencedor das eleições legislativas na Grécia, o conservador Antonis Samaras, de quem espera continuidade nas reformas e o cumprimento dos compromissos assumidos perante os parceiros da União Europeia.

A expetativa alemã tinha sido já transmitida pelo ministro das finanças, Wolfgang Schauble. «O caminho não é curto nem fácil, no entanto, é inevitável», disse.

«O líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, declarou-se a favor das metas e das medidas do programa de ajustamento antes do Eurogrupo», recordou.

«A Zona Euro mantém os seus compromissos com a Grécia. A troika está pronta, logo se forme o novo governo, a falar com ele sobre a situação do programa de ajuda», concluiu o ministro.

O Eurogrupo apelou já a um processo rápido na formação do novo Governo grego, tal como o Parlamento Europeu, para que o novo executivo passa assumir a responsabilidade de aplicar o programa de ajustamento em curso no país. O mesmo apelo foi feito pelo G7.

Os primeiros resultados oficiais das eleições legislativas na Grécia indicam que os dois partidos tradicionais (Nova Democracia e Pasok) garantiram maioria parlamentar que permite formar uma coligação. Mas esta ainda não está garantida.

As eleições helénicas estão destacadas na imprensa internacional. A começar pela própria Grécia a mostrar alívio e esperança depois do resultado eleitoral.

Já os jornais alemães frisam que os gregos não votaram claramente no euro, bem como a imprensa francesa, que a «frágil» vitória da moeda única em Atenas.

[Notícia das 22 h de domingo atualizada às 10:20 h de 2ª feira]
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