FMI negociará com qualquer governo eleito na Grécia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) «nunca abandona a mesa das negociações», mesmo se um governo eleito pelos gregos rejeitar o programa de assistência da troika, garantiu esta terça-feira a diretora, Christine Lagarde.

Numa conferência de imprensa hoje em Londres, onde apresentou o resultado de uma missão de avaliação no Reino Unido, Lagarde disse que o FMI dialogará com qualquer governo eleito, mas segundo os princípios da instituição. Isto no dia em que a OCDE revelou, no seu relatório de previsões, que as reformas que Atenas necessita para levar a cabo as metas da troika serão «cada vez mais difíceis de implementar».

«Se um governo tiver melhores ideias para atingir os nossos objetivos», afirmou em resposta a um jornalista grego, «será agradável e interessante» escutá-las.

Porém, apontou para o problema da falta de produtividade do país, da necessidade de reformas estruturais e do aumento da receita fiscal.

«Seja sob o memorando, que é considerado um bode espiatório, ou outro plano, as reformas terão de ser feitas», defendeu a antiga ministra das Finanças francesa.

A diretora não escondeu «a clara preferência do FMI no interesse da estabilidade é que a implementação apropriada do programa seja apoiada por qualquer dos partidos que sejam eleitos a 17 de junho, e que essas forças políticas iniciem um diálogo construtivo tanto com os parceiros da zona euro, como com o FMI».

Se tal não acontecer, acrescentou, «o trabalho do FMI é olhar para todas as opções técnicas e todas as alternativas possíveis».

Sobre as soluções para a crise na zona euro, Lagarde entende que já foi feito muito para reforçar a união monetária, mas acrescenta que «mais precisa de ser feito», referindo «maior partilha da responsabilidade fiscal» e reformas para dinamizar o crescimento económico.